Formatação do texto

Catiane,

Venho aqui falar em nome de algumas pessoas que tiveram dificuldade em formatar o texto no blog. A mera transposição do texto do Microsoft Word para o blog (WordPress) gera incongruência na estrutura de parágrafos do texto publicado. Eu que por exemplo fiz a resenha do livro Por uma outra globalização, a redigi, ou melhor, tentei redigi-la o mais fielmente possível as regras da ABNT, mas não obtive sucesso neste empreendimento ao importar o texto para o WordPress. As citações com mais de três linhas que devem ter 4 cm de espaçamento e fonte Times 10 se transformaram em citações de três linhas que não podem ser organizadas desta forma. Algumas pessoas também tiveram problemas com estas e outras questões. Nos prestamos a estes esclarecimentos mesmo sabendo que a senhora informou que não será rigorosa nestes aspectos e que a ideia desta resenha é o contato inicial com a produção de textos acadêmicos.

 

Atenciosamente,

Rafael SP

VENCECAVALOS E O OUTRO PAÍS

VENCECAVALOS E O OUTRO PAÍS

Autor: Guilherme José Pugliese Gomes

E-Mail: gui_pugliese@hotmail.com

 

 

 

Resenha Acadêmica apresentada na disciplina de comunicação e informação ministrada pela professora Katiane I semestre do curso de licenciatura de Geografia do IFBA 2013.2, Salvador-BA.

 

 

 

 

 

Vencecavalos e o Outro país, é uma obra literária de João Ubaldo Ribeiro, nela é abordados temas polêmicos de uma forma inteligente e bem humorada, como corrupção, intolerância, promiscuidade e miséria, fanatismo e o famoso jeitinho brasileiro. São cinco histórias, épocas diferentes, onde cada personagem principal, apresenta uma característica peculiar, se trata de uma caricatura crítica.  Nos capítulos dessa obra é retratado, o politico brasileiro, o explorador português, o nordestino, fanático religioso e o brasileiro malandro. É usado uma linguagem bem popular, e expressões próprias criadas pelo autor. É criada dessa forma realidades, quase que surrealistas, que leva o leitor a aguçar a imaginação.

 

 

“VENCECAVALOS SANTOS BEZERRA”

 

Euclides Santafé, conhecido pelo vulgo de Vencecavalos, é um personagem excêntrico que vive em Florianópolis, dono de uma entidade (agremiação) exotérica. Ele de certa forma não conseguia separar as sensações de prazer moral com o prazer sexual.“ Ribeiro(pág. 12),… já que Euclides  experimenta intensos orgasmos durante ambas as paradas…” Dono de uma concepção extravagante, no que diz respeito à formação do ser humano. Ribeiro (pg12) “Raciona ele que, por sermos naturalmente matadores e comedores  de animais, convém que se acostumem às crianças  a observar como os mencionados animais são preparados para consumo.”…

Sua história se passa na cidade onde nasceu, A Borengânia, localizada na Europa Central, na Vila Necas. Durante uma crise econômica, que atingiu a Boregânia, Vencecavalos, convoca uma assembleia para tentar construir uma solução, para o problema que assola o país. A em meio a discursos, acalorados e discursões, raciona que o PIB seria o vilão causador de toda a situação, então decidiram que a solução seria combater, esse vilão. Vencecavalos assume a liderança do país, com a promessa de resolver o problema do PIB. Ele abafa a opinião de quem discorda de seus posicionamentos mandando dar marteladas e ate machadadas.

Ribeiro, (2013, pág. 19) “… Mesmo porque Vencecavalos mandava dar uma martelada na cabeça de quem discordava; se a discordância prosseguia, ele mandava dar duas marteladas; se não adiantava, ele mandava dar umas machadadas, essas coisas.”.

Vencecavalos passa a empregar varias medidas loucas para controlar a crise financeira. Euclides se torna bem conceituado politicamente. Ele procura a casa da moeda de Boregânia, com a missão de solicitar a impressão da moeda nacional, A borenga e o boreganete, Mas a casa da moeda não aceitava a moeda local como pagamento pela impressão da moeda local. Euclides Santafé então procura o Banco Eximbank, onde de uma forma astuta, consegue retirar o valor em marcos alemão, sem previsão de pagamento, dessa forma consegue a tão almejada impressão da borenga e do borenguete. O banco  termina cobrando a divida em produtos e mulheres.

 A Boregânia passou um período de prosperidade, o país passou fazer exportação de azulões, com de olhos furados. O país leva o titulo de Miss, literalmente a força, e vira destaque de jornal. Também é inaugurada a primeira fabrica de elevadores de Boregânia, invenção de Nuno Arco verde, algo muito importante se não fosse o fato de que o país na usava elevadores. Vencecavalos, também conteve a greve geral dos trabalhadores Rurais, onde ele fez um ótimo acordo, no qual os trabalhadores voltaram ao trabalho, e foram multados em sessenta por cento do salário, esse dia foi conhecido como emancipação do trabalhador Rural de Boregânia O país gozava de prosperidade, produzindo dinheiro indiscriminadamente, quando a peste bubônica assola o país, deixando mortos e doentes. Nesse momento Euclides Santafé renuncia o seu cargo, e aceita uma oferta de trabalho do Eximbank e Passa a morar em Florianópolis. Onde ate hoje ele vive.

Dessa forma é retratado o político brasileiro, cheio de malicias, um nascimento tão excêntrico quanto sua existência. Sua habilidade de fazer discurso incompreensível, que foge o senso lógico, a capacidade de convencer ao injustiçado de que ele é compreendido. A grande capacidade de manipular toda a situação e encontrar saídas estratégicas. A sutil percepção de perceber quando abandonar o barco, e achar outro barco para comandar. Tudo isso são características retratadas no personagem, Vencecavalos, que é a imagem do político Brasileiro.

 

 

“TOMBATUDO SANTOS BEZERRA.”

 

 O personagem Tombatudo Santos Bizzera, enrabadiso, em uma caravela (semelhante a que Cabral chegou ao Brasil) comandada pelo capitão Afonso dos Reis. O enrabadiço é uma profissão ao qual é dissimulado, pois era condenável, chegando a ser punido pelo inquisidor. Esse grupo de navegantes (enrabadiços) liderado pelo seu capitão chega à costa brasileira, onde desembarcam. Nessa costa vive duas tribos, os Cuchichas e os Parananguás, devido a uma ofensa de um Cuchicha para o Grande chefe Paranaguá, as duas tribos, até então pacificas entram em guerra. O Paranaguá forma um conselho de guerra, mesmo com a resistência de seu ancião a entrar em confronto, eles resolvem se estruturas em ministérios, a fim de arrecadar recursos para a guerra. O Ministério da fazenda era o principal, pois era incumbido de arrecadar impostos para financiar a guerra. Quem não concordava com os impostos eram jogados no rio cheio de piranhas. Era uma forma de ditadura, que não tolerava  resistência a  coleta do tributo. Com isso o Ministério da Fazenda em algumas semanas, supera as dificuldades e consegue arrecadar os recursos necessários para a guerra.

 Quando os Paranangúas se preparavam, para ir à taba dos Cuchichas para levar a guerra, avistam ao horizonte às caravelas, e logo vão até a praia, ao encontro dos viajantes. Em seu primeiro contato com os portugueses, houve muitas duvidas e desacertos. O grande chefe Paranagúa acompanhado de seu conselheiro Penteio,  que pouco ou nada sabe sobre os visitantes. O Capitão Afonso dos Reis, pede d imediato ao Chefe da tribo autorização para descarregar misteriosa mercadoria, que são imensa quantidade de lonas, mas o Paranagúas já irritado com tanto protocolo, e sem nenhum interesse pelos visitantes, decide voltar a sua guerra, levando o enrabadiso Tombatudo como observador.

Ao chegar à taba dos Cuchichas, acompanhado pelo seu observador (Tombatudo), o exercito de guerreiro Paranangúas, são recebido pelo Grande Chefe Cuchicha, que logo quer saber o motivo de tanta algazarra. Usando termos debochados, questiona ao Chefe Paranangúa o motivo da guerra, e seu motivo fútil. Mas o líder Paranangúa, quer guerra a todo custo, pois a honra de seu povo, segundo ele, foi ferida. Como artificio o Líder Cuchicha, exige a declaração de guerra, que deixa o outro líder mais seu conselheiro constrangido, pois não sabiam do que se tratava,  então quando o Tombatudo interfere, se oferecendo para ajudar a editar uma declaração de guerra. Os guerreiros, juntamente com seu líder extremamente irritado, volta à aldeia para formulação de sua declaração de guerra.

  Depois de formulada a declaração de guerra, os Parananguás, retornam a taba dos Cuchichas, onde estão prontos para iniciar a guerra. Mas antes disso como costume inviolável, os guerreiros Paranangúas tem que fazer o ritual de cântico, antes de invadirem a aldeia dos Cuchichas, pois assim eles garantiriam a vitória certa. Com tudo, ao iniciar os seus cânticos de guerra, os Paranangúas, foram interrompidos, por um coro que vinha dos muros dos Cuchichas que dizia assim – Bicha, bicha, bicha!…- Isso incomodou de tal forma, o cântico dos guerreiros invasores, que eles não conseguiram completar seu ritual, restando assim voltar às suas casas, pois sem completar seu cântico, eles não podiam avançar, pois se tratava de uma crença muito respeitada pelos guerreiros, que queriam invadir a taba dos Cuchichas.

 O líder dos Paranagúa ficou inconsolável, voltou para sua oca e não queria ver ninguém, sua glória tinha desabado por terra. Nesse momento de angustia para Grande Chefe, foi que surge, o Capitão Alfonso Reis, para se despedir e cobrar a mercadoria, que havia descarregado na praia. O Paranangúa, ficou revoltado, disse que não pagaria, mas o Capitão, argumento incisivamente, que nada poderia fazer, pois somente transportava as mercadorias, e mais nada o interessava, e que os índios viviam em uma área que era propriedade de Portugal, uma vez que estavam no lado leste da linha de Tordesilhas, logo o Grande Chefe Paranangúa era propriedade da Coroa de Portugal. Assim todas as arrecadações, para financia a guerra contra os Cuchichas foram levadas pelos visitantes Portugueses, que deixaram para trás o enrabadiço Tombetudo, que fugiu para viver com um cuchicha. E o Grande Chefe Paranangúa, fico com sua imensa quantidades de lonas descarregadas na praia, onde se perdia de vista.

 Nessa história, é exposto aspectos da ditadura militar, Ribeiro (2013, pág. 43) “E, assim sendo na semana subsequente as tropas de choque do governo colaboravam no esclarecimento de quem não se considerava esclarecido…”. É tratados outros assuntos como por exemplo à exploração dos Portugueses, Ribeiro (2013, pág. 62) “Vossa Excelência não compreende. A nação de vossa Excelência está aqui, no nosso lado. Logo Vossa Excelência é nosso.” . A intolerância um  tema que originou o conflito entre Paranangúas e Cuchichas é retratado de forma criativa, Ribeiro (2013, pág. 36) “Tonta-Nguê explicou que os Paranangúas, em sua tribo, eram tidos como homossexuais, pessoas inferiores e de comportamento pouco digno.”. O conto Tombatudo do Santos Bezerra, foi uma forma inteligente e cômica, que o autor usou para abordar temas relacionados ao preconceito, a violência da ditadura militar e seu congêneres, e a nossa condição de exploração internacional, desde a  época da estrutura de metrópole e colônia.

 

 

 

“ROMBAQUIRICA SANTOS BEZERRA.”

 

Essa história começa com a comparação entre dois tipos de termômetros, O Termômetro Retal Bundeschmiggel e o Termômetro Axilar Rond-Point. Dessa forma é deixado bem claro todos os aspectos que difere um termômetro do outro. E chegamos ao objeto da história, o Termômetro Bonguedongue, e sua origem na França, produzido pela firma André Fesses et Frères Société Anonyme, e o fim trágico na guilhotina, de seu proprietário. O termômetro Bonguedongue, se tratava de artefato mecânico, com uma saída para o som, como um gramofone, que a determinada temperatura corpórea emitia tons musicais.

 O fantástico instrumento, na sociedade francesa, passa a ser usado pelos maridos para determinar se estavam sendo traídos ou não por suas esposas. O método consistia em introduzir, o tal instrumento na cavidade intima feminina, se a mulher houvesse tido relação erótica, seu corpo estaria com determinada temperatura que acionaria o mecanismo do objeto e emitiria uma tom musical, aí estaria comprovado à traição. Só que havia variados tons, que correspondia a níveis variados de intimidade e idílio, foi ate treinado técnico para orientar os usuários. Esses técnico passava pelo mais rigoroso controle de padrões de qualidade. De forma que esse produto passa ficar amplamente conhecido na França, com direito a catalogo dos profissionais especializado, chegando a virar relíquia.

 M. Lourd, adquire um exemplar desse revolucionário instrumento, pois havia certas suspeitas de sua esposa Mme. Lourd, mulher de devastador apetite sexual. A qual foi submetida ao teste de fidelidade, para a surpresa de M. Lourd, foi que ao colocar o instrumento na cavidade intima de sua esposa, o tal aparelho reproduziu um orquestra sinfônica completa. Isso deixa o M. Lourd indignado, ele ameaça ir embora, mas Mme. Lourd disse que podia ir, mas que deixasse o Bonguedongue, pois ela tinha ficado maravilhada com o objeto.

 Só que Mme. Lourd, quando arejava suas partes intimas, contraiu, uma doença peculiar, causada por um parasita chamado glipso, comum em pelos da genitálias de camelo. Esse parasita causa sintomas muito peculiares, que são:

a)   dentes podres;

b)   uma acentuada propensão a tocar sanfona;

c)   completo analfabetismo;

d) tendência a não reconhecer comida

e)   pernas tortas;

f)    sífilis, aquilostomose, esquistossomose, verminose, amebíase, tuberculose, tifo, paludismo, raquitismo, pelagra, beribéri, bexiga, tripanossomíase.

g)   Falta de caráter, de amor à causa pública e de espírito de sacrifício;

h)   indolência.

 M. lourd mesmo preocupado por sua esposa, ele passa consumir nitrato de prata, na tentativa de se imunizar. Mme. Lourd passa a ser tratada com alimentação regular, pois Instituto Pasteur, orientou que comida servida com regularidade elimina os sintomas da doença, mas não cura. Ela  se tona uma dedicada balconista  da loja l’Armée de la Savation, onde terminou seus dias. O Bomguedonguem, é exportado e  vendido à família Bezerra na Paraíba.  Os herdeiros de tal objeto desconhecia sua serventia, o avô de Rombaquirica tenta explicar seu uso Ribeiro (2013, pág. 82) “- isso é um hong-kong velho- explicou o avô Nartécio – Parece uma caceta, mas é um hong-kong. Deixe isso aí.”

 Rombaquirica, foge de sua casa pois havia engravidado duas agregadas, quatro primas e uma tia, ele leva consigo o Donguecongue. Ele deixa sua casa para se tornar cangaceiro, ele passa a aterroriza à população, decapita pessoas, promove o vandalismo, no primeiro ano. Já no terceiro ano, invade as obras do governo no açude, agride e humilha funcionários, capatazes. Mas ainda anda com aquele velho Bonguedongue, na cintura, ele ainda tem duvidas sobre sua utilização, foi então que encontra a esposa de um juiz, e decide experimentar nela, durante contato intimo com ela, ele introduz o objeto, que começa a tocar tons musicais, o que ele não sabe é que o Bonguedongue esta contaminado com o glipso. Daí ele passa a espalhar a doença em sua jornada de terror.

 Já vitima da doença, Rombaquirica, se encontra em uma situação débil, onde ele trabalha em um capina ao receber o pagamento, nem consegue assinar o recibo de  pagamento, Ribeiro (2013, pág. 86) “Rombaquirica, que por causa da maldita moléstia, havia desaprendido a escrever, colocou o polegar direito em cima do lugar da assinatura e contou o dinheiro”  recebe vários descontos em forme de imposto de varias instituições, então ele vai atrás de seus direitos, nos referidos órgãos, só que ele não recebe o que esperava, então ele praticavam o barbarismos contra os funcionários dos referido órgãos.

 O glipso, se alastro de tal forma que gerou o pânico geral, nesse momento um deputado resolve criar um comitê a fim de resolver o problema. Esse comitê, implanta medidas de combate à doença. Rombaquirica vai ao encontro dessa comissão, que dizia que viemos para curar e não para reprimir. Depois do encontro com essa comissão, ele sai para pensar e preencher formulários, foi aí que o pelotão que já vinha em sua busca o encontra desprevenido. A histeria é tanta que usaram bazuca e granadas para mata-lo. Sua cabeça foi decapitada e empalha, para ser exposta como exemplo, de uma pessoa que morreu da doença  do glipso, fazendo assim parte de uma campanha de saúde.

 Essa história é uma denuncia contra a extrema pobreza, que tem como efeito, não só as doenças e fatalidades, mas também vários outros desdobramentos, como a violência e a corrupção. Não basta só comida, pois essa só elimina o sintoma, mas a doença continua lá.

 

 

“SANGRADOR SANTOS BEZERRA.”

A muitos métodos para chegara a santidade, mas pode ser mensurado os seus níveis, atravex da tabela Tranx de santidade, que traz elementos comparativos para determinar os graus da santidade. Simeão Estilita, possui o (grau 3) nessa tabela, esse santo vivia em uma plataforma no topo de uma estaca. Santo Aragão, (grau 4), ele morava dentro de um buraco, quando ele sentia a tentação ele se jogava em um espinheiro. Santa Irene (grau 5) ela mandou furar os olhos de seu próprio filho, que seria rei, para poder salvar os cristãos.

 O Sangrador Santos bezerra,  que viu a luz pera primeira vez no Kazinguistão, país que já foi prospero, conhecido pelos pássaros exóticos. Seu nascimento foi marcado por um evento milagroso, uma pomba, que fez o voo em forma de estre no telhado da casa, e fato mas surpreente foi o fato de seu avô cego poder ver o evento. Sangrador dotado de virtude desacerbada, onde em sua infância, aos 5 anos denuncio sua prima em ato de descaramento com o primo. Aos nove leva uma  surra do pai bêbado e logo depois pede perdão. Aos onze possui seu próprio programa doutrinário que incluía, autoflagelação e penitencia. Sangrado já homem feito, vive do que sua mãe idosa traz de seu trabalho, ele a orienta a fazer penitencia, sua conduta virtuosa é extremamente exagerada. Chegado a se decidir a viver como um ermitão, isolado do resto do mundo. Seu irmão tenta o convencer a participar das atividades da comunidade onde vivem.

 Por acaso Sangrador, lê a manchete de um jornal, apesar dele não gostar de jornais, pois tenta evitar a contaminação mundana, ele descobre que os pássaros de seu país são exportados e isso o deixa estarrecido, chegando a desmaiar duas vezes. Ele segue o conselho de seu irmão e vai reza pedindo um milagre a São Rosivaldo, depois de muito reza o santo aprece e ver as marcas da autoflagelação no corpo de Sangrador, e denuncia o seu exagero. Bezerra, conta o que o incomoda, o pássaro exótico que ele acha terrível, o bicho-pica. Ao ouvir o nome sendo proferido pelo santo o religioso ficou estarrecido, entrando em discussão com o sando, confundindo ate com o diabo, dessa forma o expulsando.

 O Sangrador Santos Bezerra, vai até o conselho dos ministérios, com o objetivo de se tornar governante do pais, a fim de salva-lo. Ele consegue argumentar com os ministros, afirmando ter apoio externo, então assumiu o governo com suas politicas religiosas. Sua primeira medida foi à proibição do comercio do BP (bicho-pica), logo os comerciantes protestaram dizendo que iam à falência, pois esse era o principal produto de exportação. Mas na qualidade de governante, baixou diversos decretos, que garantiria: Igualdade entre todos; proibia a pobreza total; garantiria comida e roupas para todos entre outros.

 A população esta contra tal medida arbitraria de extingui o BP, a uma forte resistência ao projeto. Sangrador vai ao conselho do ministérios, pedir apoio a uma guerra santa, afirmando que o apoio externo só cumpriria a promessa feita aos ministro com a extinção do BP. De uma forma ardilosa, excitando a cobiça dos ministros Sangrador, consegue persuadi  a guerra. Apoiado por um exercito fortemente armado, ele massacra mais da metade da população de Kazinguistão, mais de vinte por cento fica aleijados e os demais são presos. Com a vitória ele se ajoelha para orar, quando indagado pelo apoio externo, ele afirma que era Deus,  então Sangrado Santos Bezerra é morto, e os ministros e comerciantes vão para suíça e vivem felizes para sempre.

 Podemos ver que o fanatismo religioso é exposto pelo personagem Sangrado Santos Bezerra, com seu exageros. Sua forma de manipulação é astuta, acreditando que os fins justificam os meios. E ambição dos quem poiam o sistema de fanatismo, fica mais que evidente.

 

“ABUSADO SANTOS BEZERRA.”

 

 Quando o presidente da República,  Lukaut se levanta às sete horas da manhã, ele se depara com um objeto não identificado, o qual ele procura respostas. Depois de muita confusão, por ter acionados seguranças e esquadrão anti-bombas, e depois da mais criteriosa investigação feita pelos as especializados especialistas, além de analise química e físicas feitas em laboratório, se chega à conclusão que se trata de cocô mesmo. A pergunta que fica no ar é, como ele foi parar no quarto do presidente? E quem fez?

 Foi convocado diretamente de Seattle, Jeff Camone, especialista investigativo, e o Tenente Ailoviu, foi montado uma força tarefa, a fim de identificar o autor do crime. Foram feitas investigações a procura ate de pessoas com diarreia, foi feito uma operação pente fino, investigando tudo, ate mesmo o próprio cocô. O tempo passa e a pressão em cima de Jeff é exaustiva. A coisa foi tão seria que essa força tarefa ficou conhecida como esquadrão de merda. A coisa fica mais tensa quando presidente acha cocô em sua pasta durante a reunião.

Como as investigações não chegava a lugar nenhum, não houve outra opção a não ser convocar o investigador Abusado Santos Bezerra, um personagem tipicamente brasileiro, cheio de mania e conversa mole. Ele convence a equipe montada para leva-lo para Washington a permitir fazer comparas em New York, em meio a crises. Abusado, com ar de especialista, chega ate a força tarefa para interrogar os chamados dedos-duros, mas fica decepcionado ao perceber quem nos Estados Unidos as coisas não funcionam como no Brasil.

Em fim ele percebe que seus esforços não o levaram a nada, ou melhor a sua falta de esforço, e também percebe que não se pode tirar impressão digital do cocô. Dessa forma ele percebe que a única solução é arranjar um culpado,  a principio Jeff e Ailoviu, são resistentes à ideia, mas logo eles conseguem um bode expiatório  o agente Guivimi, que após a uma chantagem aceita a condição.

Como conseguiram um culpado para assumir a culpa, responsabilizado o agente Guivime, pelo atentado do cocô, o caso é dado por encerrado. Em sua despedida  Abusado não perde a oportunidade de   satirizar Ribeiro (2013, pag. 155) “ – Mas o senhor deve ter sempre cuidado: por mais presidente que seja, tem sempre alguém sempre cagando para ele. Este mundo é muito incerto.”

 Este conto, no formato de serie policial norte americana, suje o personagem de Abusado santos Bezerra, que personifica o típico brasileiro, turista ou trabalhador no exterior. Podemos então ver essa caricatura que reflete o comportamento Brasileiro.

 

 

A literatura transformou nossas vidas.

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  Resenha: A literatura transformou nossas vidas.

Danielle Santos da Silva.

    Têrciane Alves e Luiz Costa Pereira Jr, escritores da revista Metáfora em São Paulo, nas cinco páginas que compõem este texto: A vida transformada, realizarão uma pesquisa com relatos de alguns escritores, colunistas, repórteres, etc, no que se trata da importância da leitura literária e as modificações recorrentes em suas vidas.

   Os autores analisam sobre uma questão que para muitos é conhecida “A transformação”, mas de que tipo de transformação é esta que estamos falando? Do tipo que se da através da leitura? Mas que tipo de leitura é essa? Falam de obras literárias que enfatizam a vida de uma forma a cativar tanto o leito a ponto de mudar sua vida.

   Nos primeiros parágrafos os autores falam que essa crença não é tão antiga, e que é para la de concreta, citando trecho de Montesquieu (1689-1755) onde atribui a “salvação” existencial a leitura: O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não tendo já más uma dor que uma hora de leitura não afastasse de mim”.

   Falam mais: que um livro não tem por si só a capacidade total de muda a trajetória de um leitor: “mais fácil é ver a literatura recalibrando a maneira de muita gente pensara realidade apenas por que ensina leitor a reler a si mesmo”. Dessa perspectiva, nos faz pensar que ao lermos estamos lendo a nós mesmos, e diz mais: “Ou por consolidara necessidade intestina de futuros escritores em seguir carreira”.

   Como relata Rogério Perreira, editor do jornal Rascunho e diretor da Biblioteca Pública do Paraná, A leitura me protege” fala de sua infância árdua e que achou forças para mudar a realidade de sua família pobre, através dos estudos e nos livros. Sobre o impacto e as suas modificações na forma como: observamos o mundo, agimos e nossas atitudes, através de uma obra; onde teria maior dificuldade de absorver se nela não trouxesse pontos de observação, assim teria maior facilidade de aceitação. E que essa crença foi compartilhada por varis leitores, alguns deles enfatizam que a literatura e capaz de uma transformação radical “um novo modelo humano, totalizador, diferente da época em que a literatura tinha menos peso cultural que a oralidade “, segundo autores.

   Borges por sua vez produziu obras que impulsionaram outras obras, e livros fundamentais no século XX.

   Com suas obras motivou outros autores como: Michael Foucault na obra As palavras e as coisas.

   Cria-se novas literaturas por que a literatora tem um poder fascinante na vida, afetando a imaginação.

   Na pesquisa 1000 Books to change your life, da editora Time Out em 2007 nos EUA, o também editor Jonathan Derbyshire da um depoimento “tive a vontade de deixa a ficção para me tornar jornalista político, depois da leitura muito influenciadora do livro Uma questão pessoal, de; Kenzaburo Oe, sua pesquisa tem base em saber até que ponto chega a curiosidade dos leitores. Segundo ele dependendo do livro o leitor pode chegar a um rumo totalmente diferentes de seus parâmetros profissionais, e conclui:” mas logo vi quanto seria aborrecido”.

   No texto que se segue, a uma influencia literária contida nos livros transmitindo bem-estar. Com a pergunta que viraria tradição “A literatura é capaz de mudar u mundo? Feita em um evento no ano 2006 em Curitiba em um Paiol Literário, lançado pelo escritor e o mesmo que fez a pergunta José Castello, sendo repetida a cada ano. Afirmando Sérgio Sant’Anna, que com a leitura tem-se um espaço maior que não se tinha chiado em conjunto com o livro, diferente da TV que já da tudo mastigado; assim ele queria dizer que, temos assas para voar em pensamentos criativos através da leitura que a TV não nos proporciona.

   Silvian Santiago afirma que durante o processo nos apropriamos de um mundo de conhecimento, mas, ao mesmo tempo, viveríamos tudo isso. Em resposta pergunto de Sérgio Sant’Anna o mesmo diz que: “O leitor sensível, inteligente, sempre conseguirá ver as relações estreita entre aquilo que está lendo e a possibilidade de transformação, seja da realidade imediata, a realidade do mundo, seja ainda e, sobretudo, de si próprio”.

   O texto seguinte “Proust”, mesmo com o peso da era multimídia e da digitalização ocorrerão transformações; a literatura agora se a individualizar os leitores emeio a estímulos das informações, como um guia, uma autoajuda a informar a vida.

   O francês Alain de Botton, brinca com a literatura combinada a biologia, inseri imagens divertidas de pesagens, combinando também com a assistência do cotidiano no livro Em busca do tempo perdido e orientações de Marcel Proust sobre a condução da vida. Ensinando o leitor conseguir vitórias na vida cotidiana.

   Ao escrever “Multiplicar o mundo”, ao colocar este título nesta parte do texto já nos chama a atenção o fato de Proust a importância do saber, e o uso dela na vida humana, e até onde leva a leitura literária. Ela abre portas para reflexões que só se pode ter lendo, de mundos desconhecidos, longe da real realidade passamos a vive-a aquele mundo, aquele momento com a literatura,”Essa realidade corremos o risco de viver sem conhecer,[…]que está presente em todos os homens e não apenas nos artistas.” diz Proust.

   Assim vimos multiplicar o mundo graças a arte, e podemos sair se nos mesmos.

   Ciente do problema da atualidade ocorre a necessidade de ampliação da busca pela leitura, sem cair no preconceito de que “a leitura salva”, cada autor tem uma experiência com a leitura e as mudanças que ela o traz como mostra nas suas últimas palavras “A leitura pode representar uma revolução mental ou afirma ideias preconcebidas. No fundo, há uma intuição geral de que a literatura nos molda, mas quase sempre quando estamos abertos a ouvi-la”.

   É realmente notável as mudanças apresentadas. Em âmbito geral inter-relaciona dois mundos, o real e o vivido ou em outras palavras percebido, a vendo diferenciações que janas deixarão de marca as vidas de quem quer que tenha feito uma leitora literária com sensibilidade.

 

 Referencia bibliográfica:

ALVES, Térciane e COSTA Luiz Perreira Junior. A vida transformada: Como obras literárias mudam o cotidiano e o pensamento de seus leitores. São Paulo: Editora Sarmento, Revista Metáfora: Literatura e Cultura, p.44-49.

Faculdade Humana

Vida Transformada Revista metáfora literatura e leitura São Paulo Editora;Segmento Alves e Perreira Terciane Alves e Luis Costa Perreira Jr.

 O autor aponta à importância fundamental da leitura com obras literárias , que por meio dela o autor Francês Charles de Montesquieu (1689-1755),atribue sua existência por excelência a leitura. Trata-se portanto de depoimentos, com linguagem clara aborda o significado do livro em suas vidas, valores pessoais, individuais direcionado a formação ética e moral do homem capaz de auto analisa-se contribuindo na maneira de pensar.

 Evidência o testemunho de vida do autor Rogério Pereira ele nos atrair para seu testemunho de vida a qual ele (Pereira pag46)“leitura me protege” os livros e ele nos traz e promove impactos o autor tem concepção de universidade humana, enfase em educar e abrir caminhos profissionais, visão de instrumento onde o canal é o livro um manual recitado para aqueles que deseja sai de uma realidade a qual não lhes traz satisfação.

 A leitura permitir concluir que a educação e o alicerce que constrói sem dúvida a identidade humana, o indivíduo No século passado sistema de ensino a base da páideia um ideal de formaçao educacional no qual assumia o papel-chave daquela época ressalta:

 (Franco Cambi 1999 pag 86)”É uma educação que liga a palavra e a escrita e tende à formação do homem como orador, marcado pelo principio do kalokagathos(do belo e do bom) e que visa cultivar os aspectos mais próprios do humano em cada indivíduo, elevando-o a uma condição de excelência, que todavia não se possui por natureza,mas adquire-se pelo estudo e pelo empenho”.

 Através da leitura podemos enriquece nosso vocabulário obter conhecimento mais amplo e diversidades.E uma revista recomendável para leitura com vários depoimentos de experiência de vida através da leitura, o alvo são para todas as faixas etária.

  Autora Valesca Assis nos aponta o poder do livro (Assis pagina 48)”são grandes professores” que nos empresta este serviço de conhecimento,que ajuda dinamizar o raciocínio para reproduzir textos, obtendo assim formação de riqueza intelectual.

  Resenha acadêmica na disciplina comunicação e informação,ministrada pela professora Catiana Rocha,no 1º semestre do curso de licenciatura em geografia do Ifba 2013.2 salvador.

IFBA

DISCIPLINA; Comunicação e Informação

ALUNA;Lilian Mascarenhas Santos

A importância da escrita no crescimento da produção cientifica

Andreia Vanessa Santos Pereira

 

Em uma publicação da revista Língua Portuguesa, Limites do academiquês, os autores Adriana Natali e Luiz Costa Pereira Junior relata opiniões de vários professores em relação ao crescimento da produção cientifica e a qualidade de escrita dessas produções, que em alguns casos tem empobrecido a linguagem.

Oppenheimer, PhD em Psicologia Cognitiva pela Universidade de Stanford, fez pós-graduandos americanos passarem por cinco experiências de interpretação de ensaios de Descartes, sumários de teses e resenhas acadêmicas, para concluir que se aumenta a complexidade do vocabulário de textos ensaísticos para dar a impressão da inteligência.  Mas o próprio Oppenheimer não levou a sério o que estudou. Seu texto tinha tudo o que condenava em seu artigo.

Por causa da sua contradição o artigo terminou laureado pelo IgNobel em 2006 na categoria literatura, uma paródia do respeitado Nobel concedido aos estudos que, segundo os organizadores, “não deveriam ser reproduzidos” nunca mais.
Outros professores também comentam sobre esse tema, de acordo com Gilson Volpato, professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), muitos pesquisadores não dominam conceitos básicos da redação científica. Especialista em redação e publicação científica, ele lançou um dicionário crítico para redação científica em parceria com cinco colegas. Com definições de 750 termos de várias áreas, a ideia é contribuir para corrigir e balizar conceitos de escrita usados erroneamente por pesquisadores brasileiros.

De acordo com os autores, com o aumento de textos produzidos no ensino superior, cresceu em escala a evidência da fragilidade da escrita no meio. De 2001 a 2010, mais que dobrou o número de mestres e doutores titulados no Brasil.

Carmem Luci da Costa Silva, professora de língua portuguesa na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, considera um grande problema a falta de coesão discursiva entre teoria, método e análise.

Para Gilson Volpato, na ciência, escreve-se para cientistas, mas não necessariamente para os da mesma especialidade de quem escreve.
Numa abordagem interdisciplinar, cientistas usam os trabalhos publicados em várias áreas, não só a sua. Portanto, Volpato sugere que o texto seja direcionado a cientistas, mas sem os termos que só pessoas da especialidade conhecem.

Contrapondo Volpato, Antonio Carlos Xavier, da UFPE, concorda, mas pondera que a linguagem acadêmica deve preservar suas características para ser reconhecida, respeitada e perpetuada.

Isabela Barbosa do Rêgo Barros, doutora em Letras, professora do mestrado em Ciências da Linguagem da Universidade Católica de Pernambuco, afirma que
escrever um texto acadêmico exige um discurso e um suporte textual específico, pois é diferente das produções publicadas em revistas ou jornais de grande circulação.

Para Carmem Luci, da UFRGS, para evitar o “academiquês”, é preciso investir em um estilo próprio, o autor precisa relacionar-se com outros textos: ser leitor e autorizar a si mesmo dizer diferente.

Segundo Xavier, da UFPE, a maioria dos pesquisadores se limita a aplicar modelos teóricos, alguns já obsoletos, em problemas novos no interior de uma sociedade em constante renovação, inclusive de teorias.  O texto acadêmico precisa ser mais aberto à pluralidade de formas de comunicação.

De acordo Xavier, a inserção de informações hoje apenas perceptíveis em suportes digitais. O discurso acadêmico teria muito a ganhar, avalia, se os pesquisadores aderirem à prática da produção de mensagens em que o texto verbal esteja mesclado a outras formas de enunciação.

Volpato questiona o modelo ligado à nossa cultura barroca e burocrática, enquanto a ciência internacional segue o padrão de países mais objetivos. A maioria não tem novidade suficiente para a ciência internacional. Um texto internacional precisa de quatro qualidades: novidade nas conclusões; metodologia robusta; resultados evidentes e apresentação impecável. Um cientista, ao ler um texto, espera dele uma grande novidade, algo que ele não imaginava.

De acordo com Carmem Luci, somos exigidos a produzir muito e nossos orientandos têm prazos a cumprir. Às vezes é difícil ser original em termos de ideias e estilo a cada produção.

Segundo Carlos Andrade, da Universidade Cruzeiro do Sul, um dos mais graves problemas dos trabalhos acadêmicos é o constante uso de textos sem identificação de autoria. A citação fortalece o texto acadêmico, valorando o trabalho realizado.

Embora não se saiba a quantidade exata de monografias, teses e dissertações defendidas nos cursos de Letras e Linguística do país, estima-se que este número vem em escala crescente. Escrever para os próprios pares não pode ser pretexto para ser truncado e mal escrito. Ser claro não é ser tatibitate. O equilíbrio pode ser tão decisivo para a ciência do país como o aumento de investimentos em pesquisa.

O texto relatou o crescimento da produção cientifica com a expansão na formação de mestres e doutores apesar sendo  um resultado muito bom para o universo científico. Porém, a necessidade de cumprir as exigências da produção provoca uma distorção na relação da qualidade dos textos acadêmicos, destacando um aumento na produção de algumas áreas ou temas específicos, porém com um decréscimo na qualidade. De acordo com a opinião dos professores os textos estão sendo escritos de uma forma especifica de sua área, não sendo global para o entendimento de todos.

 

Fonte: NATALI, Adriana. ; PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Limites do academiquês.Língua  Portuguesa. São Paulo, v.8, n.95, set. 2013, p.36-41

FÁBULA –O MUNDO TAL COMO NOS FAZEM CRER.

Luciana dos Santos Alcântara da Hora

Milton Santos (1926-2001) Bacharel em Direito, Universidade Federal da Bahia (1948), Doutor em Geografia Universidade de Strasbourg (1958), sob orientação do Prof. Jean Tricart1948-1964. Um pesquisador implicado na realidade local Até 1964, ano em que deixa o Brasil em razão do golpe militar ele conduz paralelamente uma carreira acadêmica e atividades públicas. Jornalista e redator do jornal A Tarde (1954-1964), professor de geografia humana na Universidade Católica de Salvador (1956-1960), professor catedrático de geografia humana na Universidade Federal da Bahia onde cria o Laboratório de Geociências, será diretor da Imprensa Oficial da Bahia (1959-1961), presidente da Fundação Comissão de Planejamento Econômico do Estado da Bahia (1962-1964), e representante da Casa Civil do presidente Jânio Quadros na Bahia, em 1961. Suas pesquisas e publicações da época focalizam as realidades locais, principalmente a capital– a tese de doutorado é intitulada O Centro da Cidade de Salvador – assim como as cidades e a região do Recôncavo. Em 1964, começa uma carreira internacional imposta pela situação política no Brasil. Primeiro na França, professor convidado nas universidades de Toulouse, Bordeaux e Paris-Sorbonne, e no IEDES (Instituto de Estudos do Desenvolvimento Econômico e Social). De 1971 a 1977, inicia uma carreira verdadeiramente itinerante, ao sabor dos convites: no MIT (Massachusetts Institute of Technology – Boston) como pesquisador; e como professor convidado nas universidades de Toronto (Canadá), Caracas (Venezuela), Dar-es-Salam (Tanzânia), Columbia University (New York). Esse período abre uma longa caminhada em direção a teorização em Geografia, com o intenso aproveitamento das ricas bibliotecas das grandes universidades.

Em 1977, retorna ao Brasil. Passam-se dois anos antes de conseguir voltar a ensinar na universidade brasileira, primeiro na Universidade Federal do Rio de Janeiro, de 1979 a 1983, ano em que ingressa por concurso na Universidade de São Paulo, professor titular de geografia humana até a aposentadoria compulsória, recebendo o título de Professor Emérito da USP em 1997 e continuando a pesquisar, publicar e orientar estudantes até o final de sua vida. Será reintegrado oficialmente à Universidade Federal da Bahia em 1995, da qual tinha sido demitido por “ausência”. Doze universidades brasileiras e sete universidades estrangeiras lhe outorgaram o título de Doutor Honoris Causa.

Em 1994, recebe o Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud. Nesta última fase de seu percurso, publica Por uma Geografia Nova, da crítica da geografia a uma geografia crítica (1978), contribuição à efervescência e ânsia de renovação dessa ciência no Brasil. O espaço é definido como uma instancia social ativa, a noção de formação sócio-espacial introduzida. As pesquisas, as aulas e as publicações resultantes tencionam um esforço epistemológico para dotar a geografia latino-americana de categorias de análise apropriadas. Em 2000, publica Por uma outra globalização, do pensamento único à consciência universal. Record, Rio de Janeiro, 2000. (4º edição: 2000).

  O livro vem da convicção do papel da ideologia na produção, disseminação, reprodução e movimentação da globalização atual. Então e necessário observar seus princípios fundamentais, mostrando a sua fraqueza e força. O mesmo encontra-se dividido em seis partes que mostra como surgiu o processo da produção da globalização. Explica por que a globalização atual é perversa, baseada no poder da informação e do dinheiro, na competitividade, na violência estrutural e na confusão dos espíritos. Mostra a economia contemporânea e os descaminhos do raciocínio dominante, a emergência de novas varáveis centrais e o papel dos pobres na realização do presente e do futuro.

Num mundo confuso é determinado aos espíritos um conjuntos de fabulações que se acrescenta aos contextos para confirmar uma única ideia. Segundo o autor existem três mundos em um só: a globalização como fábula; o mundo tal como ele é; e mundo como ele pode ser.

O mesmo diz que com a unidade da técnica da informação que antes era em pequena proporção agora alcança totalidade do país tornando mais eficaz o comercio, e fortalecendo o consumo. Possibilita também a oportunidade de ter nas mãos o conhecimento da vida do outro, um sistema caracteristicamente invasor.

O motor único é um conjunto de técnicas implantadas sobre um planeta sugerindo ações globais iguais. A disputa entre empresas contribui para a mais-valia mundial, tornando-se efêmera, pois deixa o mundo da competição e entra no da competitividade. A disputa aumenta a briga entre as empresas, e as direciona ao período maior de mais ciências mais tecnologia, melhor organização, para estar sempre à frente.

Cognoscibilidade do planeta é o conhecimento profundo do planeta e isso se deu através dos avanços tecnológicos e cientifico. E daí veio o sentido real das coisas, e o entendimento de tudo que existe. A violência da informação. O que é transmitida é uma informação dominadora que deveria explicar, complica. O que é muito sério, pois nos dias atuais na vida da humanidade tornou-se importantíssimo para os cidadãos  as informações sobre fatores econômico e social. Entretanto se apresenta com um discurso, quando na realidade é outro. Um publicidade que busca instruir superficialmente no qual o seu principal objetivo é convencer.

O mundo da fábula se apresenta com conscientizador do indivíduo no que diz respeito aos seus direitos e deveres e até a sua concepção de certo ou errado, o discurso de tanto se repetir acaba firmando-se como verdade. Se o dinheiro em seu estado puro tornou-se tirano devido que tudo tem um valor de troca. Então a presença do mesmo em todo mundo contribuiu para o surgimento de um dado ameaçador da nossa existência.

As percepções fragmentadas e o discurso único do mundo. Para o homem comum a técnica aparece misteriosa e banal. Desta forma ela é aceita e não entendida. E tudo gira em torno dela, então se mostra indispensável, inquestionável, composta de tamanha força que é aceita sem compreendê-la.

Na globalização a competitividade tem a guerra como lema, buscando a todo custo e sem compaixão alcançar uma posição sem se importar com o outro, enquanto a competição é saudável pois pessoas ou empresas buscam alcançar seus objetivos sem anular o outro.

Essa guerra como norma justifica toda forma de apelo à força, a que assistimos em diversos países, um apelo não dissimulado, utilizando para dirimir os conflitos e consequências dessa ética da competitividade que caracteriza nosso tempo. Ora, isso também que justifica o individualismo arrebatadores e possessivos: individualismo na vida econômica (as maneira como a s empresas batalha uma com as outras); individualismo na ordem da política (a maneira como os partidos frequentemente abandonam a ideia de política para se tornarem simplesmente eleitoreiros); individualismo na ordem do território (as cidades brigando umas com as outras, as regiões reclamando soluções particularistas). Também na ordem social e individual são individualismos arrebatadores e possessivos, que acabam por constituir o outro como coisa. Comportamento que justificam todo desrespeito às pessoas são, afinal uma das bases da sociedade atual, (Milton Santos, 2011, ps. 46 e 47).

O dinheiro em sociedade consumista pode ser a causa ou a consequência do enriquecimento de muitos, pois criou-se um círculo viscoso em torno do mesmo, é essa a concepção de riqueza e prosperidade.

A perversidade sistêmica, pois na atualidade a fome é isolada, generalizada e permanente. O desemprego é comum. A educação de qualidade quase que não existe, assim como terminar com o analfabetismo. A pobreza cresce. Nesta visão perversa as distorções da personalidade se faz necessário para se firmar. O outro, ou seja empresa, instituição ou individuo, é visto como um obstáculo para suas concretizações e desta forma tem que ser removido do caminho, pois é considera como coisa.

O Estado se mostra menor nos discursos que ouvimos, atualmente, porém sua base essencial é o fato que os condutores da globalização precisam de um Estado flexível a seus interesses. As privatizações estatais são a mostra d que o capital tem sido o consumidor e exige muito mais. O mesmo não tem recurso para o social, todavia empresta recursos as empresas estatais, candidatas a compra do capital social nacional.

Observa-se a partir disso que o estado não é menor. Ele apena se omite em relação aos interesses das populações, se tornando forte e rápido, mais presente, ao serviço da economia dominante. A técnica se apresenta a serviço do capitalismo, se não houvesse o avanço das ideias, teríamos um surgimento maior do utilitarismo, com um prática dominadora do lucro e da concorrência.

A globalização anula a concepção de um direito comum, traz a noção primitiva de cada um por si, como se fossemos animais selvagens, reduzindo o conceito de moralidade pública e particular a quase nada.

Atualmente percebe-se um casamento entre a ciência e a técnica, essa tecnociência, que determinado pelo mercado. Sendo assim, tornou-se uma técnica e uma ciência seletiva. Consequentemente a ciência produz aquilo que é importante ao mercado, e não à humanidade em geral.

A nova posição, que foi citada, vai fundamentar-se em duas colunas centrais. Uma sustentada no dinheiro e a outra se consolidada na informação. Em cada país, principalmente entre os mais pobres, a informação e o dinheiro mundializado terminam por si impor como algo autônomo em face a sociedade e, mesmo, da economia, tornou-se um componente decisivo da produção e por conseguinte da geopolítica.

Enfim a mudanças são necessárias para melhoramento ou aperfeiçoamento do que já existe, porém é essencial que nós como verdadeiros cidadãos pensemos a existência do capitalismo, pois este é alicerce da globalização. A globalização não é irreversível, pois podemos mudar o sistema atual a partir do conhecimento, e criar uma nova globalização que tenha a concepção do direito comum, moralidade pública e particular e que a ciência e suas técnicas se proponha a realizar o que é importante à humanidade, diminuindo a competitividade, a desigualdade, aumentar a solidariedade, e assim surgirá um novo planeta.

Recomendo a leitura do mesmo, pois acrescenta conhecimento, muda a visão no que diz respeito a globalização atual. E como futuro geografo a partir desta e outras obras, poderemos pontuar os pontos positivos e negativos do sistema atual do que nos é imposto, e assim nos posicionar de forma crítica e possivelmente mudar esta situação.

Referencia:

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 20ª ed.- Rio de Janeiro: Record, 2011.

RESENHA

Resenha: O conhecimento científico e tecnológico se apresenta como um farol na atualidade.

Ângela Maria Cerqueira de Oliveira.

 

A partir dos textos literatura ciência e tecnologia e do diário do farol, vamos refletir um pouco sobre a importância do conhecimento no processo de construção da sociedade humana.

O homem desde seu passado é produtor de conhecimento, contudo mítico, sobretudo na antiguidade. “O pensamento humano sempre foi influenciado por dogmas e crenças religiosas” (Andreia Coutinho). E é exatamente com o surgimento da ciência que o homem vai alargando seus horizontes e se posicionando com outro modo de ver o mundo, sobre tudo nos séculos XV, XVI segundos que se dá a eclosão do conhecimento científico,  onde a ciência tem explicação para tudo, que vai culminar com o iluminismo. Mas é no século XIX com o progresso tecnológico que vai se dar um divisor de águas na vida econômica, social e cultural da sociedade. Onde a tecnologia passa a ser uma grande aliada do conhecimento científico.

Com o advento das máquinas, facilitando, modernizando, dando mais mobilidade ao processo de produção e criação. A literatura também entra nesse processo, contudo com uma forma própria e com a intenção de expressar valores, vai aos poucos incorporando relacionalidade e a busca da realidade influenciada pela revolução tecnológica-científica.

Em contra partida no diário do farol o personagem central ao que parece,  luta para se abster deste processo. Um homem de sessenta anos, que deixou a vida urbana para se isolar numa ilhota, que ver o mundo como expectador abrandar temas relevantes ao homem como se não atingisse, tais como: O bem, o mal, o medo, a solidão, a busca da verdade, do conhecimento, da felicidade, a complexidade da existência, se coloca acima do bem e do mal etc… Criticar sociedade chamando-a de hipócrita, dizendo que os “valores morais são inventados como remédios patéticos, todos fáceis de violar e difíceis de defender a não ser mentindo”, e que no mundo das artes nada se cria mais se reproduz do que já foi feito antes, aqui podemos fazer uma analogia entre os textos embora literatura, ciência e tecnologia é um texto formal, com uma linguagem clara e objetiva, com precisão por ser um texto cientifico, e o diário do farol um texto literário com uma linguagem metafórica, informal, ambos criticam a falta de criatividade sofrida pelos artistas com o progresso tecnológico onde há um simulado da realidade.

Ambos nos remetem à dependência do homem pelo meio sociocultural, econômico e tecnológico. Contudo, mesmo com os avanços tecnológicos e científicos o homem ainda precisa se descobrir ter o domínio do conhecimento do qual ele é sujeito e objeto e encontrar o seu “farol”.

 

Referencias bibliográficas: literatura, ciência e tecnologia de Andréia M.M.A Coutinho e prólogo Diário do farol de João Ubaldo Ribeiro.

 

Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.

Santos, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 23.ed.Rio de Janeiro, Pioneira, 2013.174 p. Inclui índice. ISBN 978-85-01-05878-2.

        O presente trabalho tem como objetivo apresentar ao público geral uma das obras mais esclarecedoras acerca dos processos de integração planetários denominados Globalização. Publicado pela editora Record e recentemente comemorado por estar em sua vigésima terceira edição, Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal é síntese de longos anos de experiência intelectual do Professor Milton Santos. Bacharel em Ciências Jurídicas e Doutor em Geografia, o Prof. Milton Santos se firmou como um dos maiores pensadores da contemporaneidade após extenso trabalho acadêmico com a publicação de inúmeros artigos, mais de quarenta livros e ao obter o Prêmio Internacional Vautrin Lud.

        A obra em questão é resultado de “[…] reescritura de aulas, conferências, artigos de jornais e revistas, entrevistas à mídia, cada qual oferecendo um nível de discurso e a respectiva dificuldade.” (p.12). Em seu prefácio Santos imediatamente dispensa a extensa lista de referências bibliográficas de um trabalho eminentemente acadêmico e afirma a personalidade objetiva do texto. Reconhece de maneira honesta que a colaboração dos diversos amigos citados foi condição essencial para a existência da presente produção. E informa que “A ênfase central do livro vem da convicção do papel da ideologia na produção, disseminação, reprodução e manutenção da globalização atual” (p.14). De forma antecipada Santos explicita seu marxismo heterodoxo ao propor “Estamos convencidos de que a mudança histórica em perspectiva provirá de um movimento de baixo para cima, tendo como atores principais os países subdesenvolvidos e não os países ricos […]” (p.14). O livro apresenta seis capítulos: introdução, início do processo de produção da globalização, globalização na atualidade, limites da globalização, racionalidade vigente e atuação dos povos periféricos, e a conclusão.

        Na introdução Santos faz considerações acerca do progresso das ciências e da velocidade do mundo explicados pelas insuficientes teorias mecanicistas. Estabelece um marco na estruturação do que poderia ser uma percepção do mundo global ao assertir:

        “De fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização” (p.18)

        Em O mundo tal como nos fazem crer informa que o mito da globalização é apresentado como processo dinâmico que permite a fluidez dos mecanismos de satisfação das necessidades humanas aos diversos meios sociais. A idéia de aldeia global como é mostrada influi peremptoriamente para melhorar a qualidade de vida das nações e facilitar a integração social, cultural, política e econômica dos povos. Tavares1, citada por Santos diz que “Este mundo globalizado, visto como fábula, erige como verdade um certo número de fantasias, cuja repetição, entretanto, acaba por se tornar uma base aparentemente sólida de sua interpretação.” Nesta perspectiva aventa-se a tentativa de homogeneização do espaço por agentes econômicos e o discurso central do Estado mínimo.

1 (TAVARES, Maria da Conceição. “Destruição não criadora”, 1999)

        Em O mundo como é Santos apresenta a globalização como uma fábrica de perversidades e aponta várias mazelas sociais que corroboram tal compreensão. Fome, desemprego, redução do salário médio, epidemias, mortandade infantil e inacessibilidade da educação são itens que recobrem a idéia de malignitude global. Atendem a este tópico a perda da moralidade, a corrupção, os males espirituais, egoísmos e cinismos. Estas características fazem para Santos e o é de maneira muito coerente a correlação existencial entre a condição estabelecida aos povos desprovidos da possibilidade de ascensão econômica e sua realidade mais primitiva e embrutecedora.

        Em O mundo como pode ser a existência do constructo técnico e a flexibilidade temporal do mundo contemporâneo são oferecidos à atividade subversiva das sociedades periféricas como instrumento fundamental de voragem da estrutura social e possibilidade de estabelecimento do protagonismo dos povos como sujeitos do próprio ser. Santos não utiliza diretamente o léxico autodeterminação, mas o faz compreender significativamente ao afirmar que “A universalidade deixa de ser apenas uma elaboração abstrata na mente dos filósofos para resultar da experiência ordinária de cada homem” (p.21)

        A Técnica: Santos põe a realidade da técnica como um dos pilares que sustentam a base material de produção social e a partir da perspectiva histórica informa que cada sistema técnico é dialeticamente determinante e determinado por uma dada época. Afirma que o conjunto de técnicas se relaciona de maneira muito integrada ao âmbito espaço-tempo e apresenta-se como bojo instrumental de atores hegemônicos para controle efetivo de atores não-hegemônicos. Neste sentido dá certa autonomia à prática vigente e diz: “[…] o sistema técnico dominante no mundo de hoje tem uma outra característica, a invasão.” (p.26) Portanto afirma que a dimensão espacial é perscrutada pelo avanço tecnológico e é inevitável sua remodelação a partir dos desígnios da produção. Santos afirma a relação causal entre o desenvolvimento da técnica e as demais condições que servem de parâmetros a devida compreensão do período histórico. As instituições supranacionais e os Estados não bastam por si nesta perspectiva e nem a entrada de elementos naturais à globalização são suficientes ao ordenamento topológico do mercado.

        O Tempo: Como tendência a integração destes insumos na estrutura econômica, Santos, compreende a importância da unicidade do tempo e da técnica para a resolução integral da unicidade e internacionalização da mais-valia. Ao tempo, correspondendo-lhe sua função primordial de medida de sequência de fluxos da realidade, é discutida a capacidade de mensuração ininterrupta dos eventos, e especificamente de incontingência de funcionamento dos empreendimentos comerciais. Esta indicação é categorizada no trecho: “O tempo real também autoriza usar o mesmo momento a partir de múltiplos lugares; e todos os lugares a partir de um só deles.” (p.28) Aporta-se nesta perspectiva que o tempo permite a partir de diversos locais o funcionamento contínuo do mercado global.

        Por sua vez, o espectro da mais-valia é dotado de certa autonomia de movimentação e sua relação com a dinâmica global se põe a serviço da ampliação dos espaços de consumo, da securitização dos espaços demarcados e da utilização da técnica mais doentia para atuação belicosa com a eliminação da concorrência em determinado lugar tendo a finalidade de autorreproduzir-se. Santos articula todos estes conceitos de forma coerente e aduz uma nova empiricização da universalidade. Afirma a proscrição dos sistemas analógicos e ordena as organizações capitalistas que “A cognoscibilidade do planeta constitui um dado essencial à operação das empresas e à produção do sistema histórico atual.” (p.33) Neste sentido interpreta que os organismos consolidados integrantes do movimento global têm a necessidade de conhecer o espaço planetário para manutenção de suas atividades comercias.

        Acerca do embaraço na marcha regular dos negócios, dispõe que o Capitalismo até então era marcado por uma sucessão de períodos de crescimento e decrescimento econômico, mas que “[…] a presente fração do tempo histórico constitui uma verdadeira superposição entre período e crise, revelando características de ambas essas situações.” (p.33) Dentro deste esquema titula de maneira crítica a crise estrutural do sistema e seus artefatos como a ideologização e o dinheiro. A tirania do dinheiro e da informação fornecem as bases do sistema ideológico que influencia o caráter das pessoas e estabelece um novo ethos nas relações sociais.

        Em A perversidade da globalização Santos reconhece a importância e o avanço do atual sistema de técnicas; afirma que na presente época é condição sine qua non para o pleno desenvolvimento da humanidade, mas que o presente sistema é utilizado como peça de dominação. A informação é manipulada e “[…] tem dois rostos, um pelo qual ela busca instruir, e um outro, pelo qual ela busca convencer.” (p.39) Diz ainda que “Falsificam-se os eventos, já que não é propriamente o fato que a mídia nos dá, mas uma interpretação […]” (p.40) Fábulas como a ideia de aldeia global e o mito do espaço-tempo contraídos são publicizadas com a mesma intenção de enganar as massas tendo em vista que somente parte da parcela da população efetivamente tem condições materiais suficientes a obtenção das benesses das técnicas. Assim posto, integram o esquema de politização das estatísticas. A humanidade não é efetivamente desterritorializada. Os Estados exercem o papel limitador neste sentido e retomam os movimentos xenófobos. Portanto a informação, o dinheiro, a técnica a contração espaçotemporal são estruturas ambíguas. Ao mesmo tempo que permitem o progresso social produzem necessariamente exclusão e alijamento.

        A violência do dinheiro se impõe nas relações humanas mais íntimas, As amizades, amores, vaidades, referências etc são transformadas em simples relações comercias. O consumismo se instaurou em todos os espaços da vida social e o dinheiro em estado puro metamorfoseia todos os valores em valores de troca. Neste sentido diz “Essa presença do dinheiro em toda parte acaba por se constituir um dado ameaçador da nossa existência cotidiana” (p.45)

        Santos estabelece diferenças entre a situação de pobres e miseráveis: à condição de pobreza afirma que “[…] não é apenas ganhar menos do que uma soma arbitrariamente fixada; ser pobre é participar de uma situação estrutural, com uma posição relativa inferior dentro da sociedade como um todo.” (p.29) à de miserável afirma que é uma situação de aniquilação total do indivíduo. Explica que a mitigação destes estados, ora tarefa dos Estados, está relegada à inocuidade tendo em vista que “[…] a condução do processo político passa a ser atributo das grandes empresas.” (p.60) E ainda nesta perspectiva depõe:

          “De tal forma, o Estado acaba por ter menos recursos para tudo o que é social, sobretudo nos casos das privatizações caricatas, como no modelo brasileiro, que financia as empresas estrangeiras candidatas à compra do capital nacional. Não é que o Estado se ausente ou se torne menor. Ele apenas se omite quanto ao interesse das populações e se torna mais forte, mais ágil, mais presente, ao serviço da economia dominante.” (p.66)

        A pobreza, portanto é tornada generalizada, perversa e estrutural. Planos de atenuação são praticados principalmente em fases de transição política, mas suas bases não são atacadas com a intenção de eliminá-la. Nesta direção Santos firma o entendimento de que a tarefa dos intelectuais é fomentar uma redistribuição de poderes para “constituir uma promessa de reformulação da própria ordem mundial.” (p.75)

        Em Compartimentação e fragmentação do espaço, Santos classifica o estado de coisas no campo e na cidade. Finca que o campo surpreendentemente é mais sujeito a mecanização, portanto vulnerável ao capital; e as variações demográficas têm a ver com essas características fundamentais, ao passo que a cidade apresenta lugares de resistência por não se integrar perfeitamente às lógicas exógenas. Essa defesa citadina é uma reação ao paradigma hegemônico que é “[…] planejado para ser, em sua ação individual, indiferente ao seu entorno.” (p.107)

        Por fim Santos retoma a introdução do livro ao reafirmar que a esperança para a subversão do atual estado de coisas e a implantação de um sistema econômico equânime que efetivamente represente os anseios da maior parcela social está nas mãos dos povos subdesenvolvidos. Na África, Ásia e América Latina são custodiadas as maiores expectativas de mudança social.

        A leitura do livro é altamente recomendável. Nota-se nesta obra que o Professor Milton Santos não é intelectual de frases de efeito, mas de maneira idiossincrática explicita minuciosamente suas considerações acerca da globalização como tem sido produzida e como pode vir a ser. A obra deixa a desejar porém na falta de crença em uma intervenção revolucionária de base social que seja explicada através da luta de classes. Posto isto, o trabalho é merecedor das mais significativas congratulações e deve ser compreendido não só por estudantes, mas por todos aqueles que se interessam pela compreensão da realidade tal qual é posta.

Rafael São Paulo Brandão

Graduando em Geografia – IFBA

Resenha do Documentário O Mundo Global Visto do Lado de Cá

 “O Mundo Global Visto do Lado de Cá”

Romildo José de Lima Júnior

O documentário ¨O mundo global visto do lado de cᨠdo cineasta brasileiro Sílvio Tendler   (2002),  aborda as conseqüências deixadas pela globalização na visão do Geógrafo e intelectual baiano Milton Santos, destacando os períodos de exploração e descobertas e a globalização econômica, sobretudo a expansão do capitalismo para o mundo e as marcas deixadas por esse sistema.

Em primeiro momento o documentário faz um paralelo entre colonização e globalização mesmo se tratando de épocas diferentes, mas, com a mesma finalidade: dominar, administrar, comercializar, explorar e expandir um território já habitado dizimando e destruindo culturas e povos. Após a guerra fria começou o processo de globalização e assim iniciou a corrida para o domínio do mercado mundial. A divisão do planeta em dois mundos, Norte e Sul, onde ao norte encontram-se os países desenvolvidos e ao sul do globo os países subdesenvolvidos ou países de terceiro mundo, ficando claro a desigualdade entre os dois mundos. Segundo Santos, “deve-se considerar a existência de pelo menos três mundos em um só: o primeiro seria a globalização como fábula, o segundo como ele é, e o terceiro o mundo como ele pode ser” (SANTOS, 2006 Pág 9). Através dessa concepção, podemos afirmar que para cada classe social a globalização é vista de diferentes formas.

O Consenso de Washington mostra a globalização de forma perversa propondo aos países da América Latina regras para retomada do crescimento. Elevação de impostos, juros altos e privatizações deram forças aos setores privados demonstrando a incapacidade do estado em administrar. No Equador, a dolarização da economia provocou recessão levando a população a se rebelar contra o governo. Na Bolívia a privatização da água explodiu uma gigantesca revolta popular forçando o estado a desprivatização. Na Argentina com a abertura do mercado levou a quebra do país: fabricas fecharam, empreendimentos abandonados, trabalhadores converteram-se em catadores de lixo, a classe média perdeu suas economias com enfraquecimento da moeda. No Brasil a privatização de grandes estatais gerou protestos isolados a ilusão da moeda forte e o consumo fácil paralisaram a população.

Para o autor a relação entre a globalização e território se dá por uma rede planetária utilizada por grandes empresas para controlar e se territorializar, sendo que para montar um único produto adquire-se peças fabricadas em vários países, espalhando uma única empresa em vários lugares, dividindo o trabalho desigual, explorando e se beneficiando da pobreza. Enquanto a globalização permite a livre circulação de mercadoria, dinheiro e serviço proíbem a circulação dos indivíduos. A Europa e os Estados Unidos se tornam as principais rotas de imigrantes, onde pessoas se arriscam em transportes clandestinos morrendo de sede no deserto, outros afogados quando a embarcação naufraga, ou até mesmo quando são detido e repatriado para seu país de origem podendo receber até sentença de morte.

O monopólio da mídia mundial está concentrado nas mãos de um pequeno grupo na qual a informação pode ser deturpada de acordo com interesses político e econômico. Afinal, a informação que chega para a massa popular é totalmente manipulada que em vez de esclarecer, confunde.

O capitalismo cria divisões entre as classes, restringe o espaço no qual o acesso se torna seletivo, essa restrição se dá por força física, racial, moral e econômica. O dinheiro se torna nesse mundo perverso o centro de todas as ações. Sendo assim, o homem perde importantes valores de humanidade, por exemplo, a compaixão e a solidariedade. Atualmente, o outro é visto como um inimigo a ser vencido, um obstáculo. A competitividade tem como norma a guerra, e o consumo tornaram-se um verdadeiro regime totalitário.

Sendo assim, podemos dizer que o autor aborda questionamentos pertinentes e importantes que geram discussões acerca do mundo contemporâneo, possibilitando aos seus leitores um entendimento mais aprofundado e crítico sobre o assunto. Este documentário é uma boa indicação, pois trás vários exemplos reais do nosso cotidiano, expandindo assim o nosso conhecimento, trazendo um novo olhar sobre os processos da globalização.

REFERÊNCIAS

http://www.youtube.com/watch?v=-UUB5DW_mnM. 2002: Acessado em: 11/01/2014. 17:13h

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização – do pensamento único à

consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2006.

Resenha do Artigo A vida Transformada

A leitura é capaz de mudar a vida do leitor

O artigo “A Vida transformada” publicada na Revista Metáfora: Literatura e Cultura, autores Terciane Alves, e Luiz Costa Pereira Junior, tem como objetivo  mostrar o poder da leitura na vida das pessoas, neste artigo foi publicado relatos que prova o quanto foi fundamental a literatura em suas vidas.

O francês Charles de Montesquieu (1689-1755), por exemplo, colocou a presença da leitura em sua vida como uma tábua de salvação. O mesmo escreveu “O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não tendo existido jamais uma dor que uma hora de leitura não afastasse de mim.” O francês de mostra nessa citação que a leitura que a leitura contorna qualquer situação que vivenciamos.

Para o leitor o livro tem grande importância, porém não determina o caminho que a pessoa deva seguir, ajudar a nutrir concepções diferente, a ter conhecimento, mas não modifica totalmente a vida do ser humano. Por outro lado contribuir para formação de grandes profissionais ligado a área da escrita, como escritores, jornalistas.

A que ponto a obra literária pode impactar em nossas vidas e transforma-las? Está perguntando pode ser facilmente respondida. A concepção das pessoas frente a uma obra literária pode ser vista de diversas maneiras de acordo a interpretação que cada um faz. Um universo grandioso que levar o leitor a uma realidade, e consolida a necessidade extrema de firma uma carreira.

A longo da história a obra literária, causa alterações em nosso forma de agir e visualizar e analisar o mundo que vivemos e apresentar pontos de observações que capaz de mudar realidade do ser humano. Como o tempo foi elaborando a ideia que a literatura transforma vida radicalmente e criado ser humano consciente, diferente dá época em que a leitura tinha menos peso cultural que a oralidade.

A antropóloga Michéle Petti Lembra,em Arte de Ler (Editora 34),casos como o do escritor Primo Levi, que recitava Dante a seu amigo Pikolo mo campo de concentração. A escritora em sua obra relata a transformação através da leitura na vida do ser humano em momentos críticos como em guerras, misérias e sofrimento.

No artigo os autores relataram depoimentos de profissionais que a carreira é ligada á do Paraná), Neide Duarte ( repórter da TV Globo), Jonathan Franzen,(escritor norte- americano). Eliane Catanhêde (colunista de Folha de S.Paulo), Valesca de Assis (escritora e coordenadora de oficinas de desbloqueio literárion), Luciana Villas Boas (agente literária, diretora da Villas-Boas & Moss Literay Agency & Consultancy), Miguel Sanches Neto( autor de Herdando uma biblioteca-2004 e colunista de Metáfora) e  Geraldo Carneiro ( escritor, roteirista e tradutor), entre outros.

Rogério Pereira, nasceu na roça, levou três dias para nascer. Foi para Curitiba aos 5 anos, sua mãe era doméstica e o seu pai motorista. Começou a trabalhar aos 10 anos, vendendo flores, atuando em fábricas de móveis, entregando remédios a dentista, até ser office-boy da Gazeta Mercantil. Rogério não se conformava com a realidade vivida por ele não tinha ambição de ficar rico, viu na leitura a mudança de sua vida  e mostrar para  a sociedade que pelo fato de seus pais não terem acesso a educação e cultura e ter nascido na roça ele através da leitura conseguiu vencer os obstáculos através da riqueza da literatura na qual o mesmo tomou como instrumento para o seu crescimento intelectual e contribuir para sociedade com a sua profissão.

Já Neide Duarte, cita dois livros que mudaram a vida dela, Poesias completas, de Fernando Pessoa, e Grande sertão: veredas, do Guimarães Rosa. Neide Duarte atuou como reporte do Fantástico, sempre viajando e tendo contato com diversas culturas. No aeroporto teve oportunidade de ler Grande Sertão. E conseguiu compreender que era possível ler em outras línguas.

Jonathan Franzen também relata que os livros teve papel muito importante e sua vida, que os livros mudaram totalmente sua vida um em particular foi de comédia. Em seus depoimentos de mostrar a influência da literatura proporciona a nossos vidas e transmitir bem-estar.

Eliane Catanhênde, resolveu ser jornalista aos 14 anos, por causa do jovem Swann, de Marcel Proust, dizia que conhecia o mundo pela pena dos autores e a descrição dos personagens ,ela também diz que adora livros de ficção o seu preferido é O Estrangeiro, do Camus . Para Eliane Catanhênde a leitura é uma maneira de relaxa, após um dia intenso e o seu prazer.

Valesca de Assis, para a escritora o livro construir sua identidade e consolida o seu horizonte. Um dos livros que marcaram sua vida foi Clarisse, de Érico Veríssimo, teve sua contribuição na sua adolescência servido como espelho para se auto compreender; depois já na faculdade, A náusea, de Sartre, que foi essencial para mudar seu modo de pensar e tentar move sua insatisfação para transformar o mundo.

De acordo com Miguel Sanches Neto, a leitura revela algum positivo, que no caso dele foi relevante na superação de suas angustias. Sempre que Miguel está depressivo ele ler as poesias de Fernando Pessoa.

Geraldo Carneiro, define a leitura como um antídotos que combatem as alucinações provocada por falta de poesias. Os principais livros que tiveram importância em sua vida foram: O Castelo, de Franz Kafka, através dessa obra o Kafka percebeu que um livro não precisava ter um inicio, meio e fim, estruturado nesta ordem. E Shakespeare, é dito como o salvador, devido ao seu lirismo e sendo de humor.

O texto afirma que a literatura tem um papel fundamental na vida do ser humano. A escrita e totalmente distinta da oralidade, porém andam juntas e a leitura faz com que as pessoas embarque em experiências sem ao menos sair do lugar, obtendo dessa forma informações que contribuir com a transformação da sociedade ou ter mesmo interior do seu ser.

A leitura faz com que o seu leitor visualize a realidade de uma forma diferenciada, abrindo o leque de pensamento, fazendo que o ser humano, seja crítico. A transformação está presente em cada ato vivenciado todos os dias.

Apesar de estamos na era das multimídias da digitalização, não mudou a essência de um clássico da obra literária.

Referência: Revista Metáfora: Literatura e Cultura. São Paulo: Editora Sacramento, publicada em 25/06/2012.

Daniela Lessa de Cerqueira

Ler transformar a si mesmo

Vinícius Santos Rodrigues Paixão

O texto a vida transformada da revista metáfora : literatura e cultura .são paulo : editora segmento , retrata como o poder da leitura pode transformar a vida e o pensamento de seus leitores . Encontrando na leitura formas de se conectar com o mundo e encontrar nas obras literárias referências que alteram nossa maneira de agir , analisar o mundo e refletir sobre nossas atitudes .

A transformação da vida depende de você buscar recursos para haver uma sintonia com o seu eu e o objeto encontrado ,podendo este mudar seu modo de viver. A leitura de obras literárias detém o poder de transformar a vida das pessoas construindo na mente do leitor um novo molde de conceber a realidade e dinamizar nosso processo de pensamento .
A leitura pode servir de terapia para seus usuários e na sua resistência humana na qual construir o hábito da leitura ajudar o leitor a ficar mais tranquilo em tempos de crises. O impacto que a leitura exerce nas obras literárias é bastante contemplado pelo autor, pois com a ajuda desta ele consegue ter uma visão mais abrangente sobre determinadas situações que auxiliam o autor a deixar sua obra mais bem adaptada.
O universo pode ter uma visão textual de modo que tudo dentro dele tem um significado a ser compreendido . Também o poder de um texto está vinculado aos escritores redigirem novas obras a partir de outras já existente, sendo que está tem o papel de alavancar para uma nova temática.
Os livros também serve de companhia , pois eles despertam nos leitores uma nova maneira de agir e analisar o mundo ou nossas atitudes, partindo assim para uma reflexão . Livros acompanhado a educação permite uma pessoa mudar de uma realidade nada agradável , concebendo o leitor uma visão que a mudança está através de nossas próprias atitudes.
Com a leitura do texto podemos compreender a largueza do mundo, lendo um texto de outra região podemos conhecer as informações do lugar ajudando a decifrar novos vocábulos daquela região ,expandindo nosso conhecimento.
Ao ler recebemos informações, e com este poder de conhecimento conseguimos ampliar um espaço maior para reflexão .Temos no poder da leitura ter seu próprio ponto de vista sobre determinado assunto , não recebendo informações mastigadas como nos meios de comunicação e sim fazendo o leitor de opiniões próprias e conseguindo chegar a suas conclusões .
Recomendo esta leitura a todos ,pois obras literárias podem sim mudar o cotidiano de seus leitores encontrando outras maneiras de analisar o mundo.

Referência:revista Metáfora:Literatura e Cultura,são paulo: Editora Segmento.

o povo é brasileiro

                   

                                                                                                                      

                                                                                                                                          Carla silva santos

                                                                                                        

O livro viva o povo brasileiro narra um romance épico que não conta a historia de um individuo mas, grande parte da historia do Brasil.

O autor usa da ironia sutil ao explicito sarcasmo, disserta a desigualdade descriminação racial e exclusão social. Também  relata parte da historia  do Brasil, como  a invasão Holandesa ,independência ,farrapos ,abolição, republica e canudos . o livro não segue uma ordem cronológica que vai de 1647 a 1977.

O livro inicia-se com a morte de Alferes Brandão Galvão  que morreu na mocidade ,ou seja na flor da idade. “o Alferes Brandão Galvão Perora ás gaivotas”. Também  temos Perilo Ambrósio, o barão de perapuama mata uma escravo ,cujo sangue lambuza ,para garantir não seria desmascarado ,corta a língua de outro escravo  .

Perilo é um personagem muito ambicioso ,vingativo  que se interessa pelo bens de sua família que era portuguesa .

 Parte da historia desse livro passa na ilha de Itaparica, onde  nasce a heroína Maria da fé ,que desafia o poder dominante .

Viva o povo brasileiro é uma livro de inicio chato ,mas na metade da leitura torna-se interessante pois mostra que o povo vivi conflito sem identidade retirei apenas três personagens que no meu ponto de vista central do livro . o povo maltratado ,lutador devido os vários conflitos “guerra” por uma identidade que hoje em pleno século XXI muitos não tenham noção de quanto sangue foi derramado ,quantos negros foram castigado ,estuprados e mortos ,quantas tribos dizimadas ,o livro traz vastos conteúdo da historia e nos mostram que não mudará muita coisa na sociedade brasileira .

Por uma identidade que hoje chamamos de Brasil ,onde  continua a corrupção, impunidade , desmazelo com uma nação que precisa de mudanças e não continuar repetindo a história .Recomendo a todos há uma leitura  do livro viva o povo brasileiro que mudara seu pensamento enquanto brasileiro conhecer sua historia e não deixar repeti-la .

 

Palavra chave; história, Brasil ,identidade.

 

Referência:

Autor: RIBEIRO, João Ubaldo

Título: Viva o povo brasileiro

Editora: Nova fronteira          Faixa Etária: Livre

“O poder está na theca”

 

    Tatiana Bina da Anunciação

A casa dos budas ditosos

É um livro do escritor João Ubaldo Ribeiro, publicado na série “Plenos Pecados” da Editora Objetiva em 1999, traz como tema a luxúria.

O livro narrado por uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia, retratando sua própria vida, e de como jamais se furtou a viver com todo o prazer e com as infinitas possibilidades do sexo. Ela explica diversas vezes que seu desejo e que suas histórias façam com que as mulheres sintam-se mais a vontade para falar e praticar o sexo detalhadamente sem se restringir ao que ouvem que é certo ou aceitável. A referida mulher relata como o sexo serve como equalizador na “guerra dos sexos” já que o homem tem uma marca muito forte de ser sempre o provocador de orgasmo e não pode brochar, errar, falhar e nem chorar. A mulher faz o que quer e coordena a situação dentro de uma possibilidade de conforto onde se permite ir. O sexo resume, enfim o poder feminino fatal.

A senhora conta todas as loucuras sexuais que cometeu na vida só por pura diversão e satisfação. Sem se preocupar pelos preconceitos impostos pela sociedade e sem se preocupar com eles. A saber:

(…) Tinha uma maneira de me penetrar por trás que eu nunca esqueço, oferecendo lindo seu pau ereto para que eu chupasse e molhasse e depois metendo tudo dentro de mim, eu de quatro e ele amassando meus peitos e me xingando e fazendo questão de puxar o pau para meter de novo devagar até o fundo e mordendo meu pescoço e me puxando pelos quadris e eu abrindo a bunda com as mãos para ele me meter ainda mais fundo, ele tinha tudo, tudo, tudo, ele me comeu de todas as formas que ele quis, e eu também comi ele, eu adoro meu irmão (p. 94).

Diante do texto lido A casa dos budas ditosos, considera-se que a mulher em questão vai além dos padrões impostos pela sociedade machista e patriarcal, cujo poder do homem sobre a mulher foi/é de superioridade. Sendo assim, busca romper regras impostas por essa mesma sociedade, onde o perfil feminino é de fragilidade e submissão ao homem. É evidenciado na obra uma libertação de padrões e autonomia do corpo feminino.

Salvador, 11 de janeiro de 2014

Reflexão sobre a linguagem acadêmica

Reflexão sobre a linguagem acadêmica

Mirna  Brito da Costa 

O texto Limites do academiquês escrito por Adriana Natali e Luiz Costa Pereira Junior publicado na revista Língua em 2013 aborda a preocupação com a qualidade dos textos científicos produzidos no Brasil, já que o aumento dessa produção remete à observação da linguagem que deve ser utilizada. Para tanto, os autores utilizam-se de exemplos práticos que servem como parâmetro para sejam apresentadas orientações e critérios sobre a escrita científica.

Sendo assim, para confirmar a hipótese de que  muitos dos acadêmicos pecam pelo excesso de soberba e rebuscamento em seus escritos.  Exemplifica-se através da pesquisa de Oppenheimer na universidade de Stanford que indica que o uso de vocabulário rebuscado para dar a impressão de inteligência. Mesmo assim, este mesmo teórico cometeu tal erro de uma linguagem exacerbada no seu estudo. Conforme Natali e Pereira Junior(2013, p.37) “Seu texto tinha tudo o que condenava em seu artigo: era solene, esnobe, prolixo e grandiloquente, com palavras desnecessárias e longas”.

Muitos teóricos não dominam a linguagem acadêmica, razão pela qual existem estudos dedicados a orientar um trabalho acadêmico ideal. Volpato coloca que o texto científico deve obedecer aos seguintes critérios: síntese, objetividade, voz ativa, personalidade e base em evidências.

Quanto ao uso de citações destaca-se a necessidade de prudência, as mesmas devem ser dosadas para que não sejam excessivas ou diminutas e sobretudo, concatenadas com a ideia de quem escreve. A Academia deve prezar pela coesão e a compreensão do leitor do texto.(Natali e Pereira Junior, 2013, p.40)

Nesta comunidade científica, alguns elementos são declarados como essenciais para a escrita científica: título, introdução, clareza, encadeamento lógico, precisão, consistência, economia, fluência, revisão e metodologia. Elementos estes que estão relacionados à coerência, articulação e pertinência teórica do trabalho.

O crescimento da produção acadêmica no Brasil é um item importante, mas a quantidade não deve sobrepor a qualidade dos textos. Atualmente, os pesquisadores e órgãos oficiais questionam sobre as repercussões do texto científico e a definição de autoria, repugnando os plágios e não identificação de quem escreve.

Deve-se ressaltar que a leitura do texto funciona como parâmetro para a produção de um texto acadêmico ideal, pois tal artigo com base nas normas de produção científica orienta como deve ser o texto ideal, destacando a ciência tem o intuito de fazer novas descobertas. Entretanto, são feitas duras críticas àqueles que cometem erros nesta produção, subentendemos que esses tinham o intuito de atribuir prestígio e autoafirmação, o que termina por restringir o acesso à ciência. Pois, a clareza e a simplicidade tanto na linguagem escrita quanto falada devem ser orientadoras na produção do conhecimento.

REFERÊNCIA

NATALI, Adriana ; PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Limites do academiquês.Língua  Portuguesa. São Paulo, v.8, n.95, set. 2013, p.36-41

Um Garoto Sonhador

 Isabela Neves T. Santos

 

 Essa narração é de João Ubaldo Ribeiro ele nasceu na Ilha de Itaparica-Ba, em 1941. Ele lia todos os livros Infantis de Monteiro Lobato, participou da coletânea de contos na Bahia em 1961.Uma das criações de um dos grandes escritores Brasileiros da literatura infantil é o livro “Vida e Paixão de Pandonar,o cruel” .

 Ao sair da sala de aula expulso pelo professor Cícero. Geraldo olha para Maria Helena e sente amor a primeira vista. Ele se encontra com seu amigo Roquetão,com quem conversava sobre suas ideias e aventuras de Pandonar.E lhe conta sua paixão por Maria Helena.Geraldo acha que Roquetão tem mais experiência no namoro por já ter namorado antes,e lhe pede conselhos.

E desse diálogo Geraldo tem a idéia de lhe enviar bilhetes para Maria,nos quais demonstra sua paixão por ela.Maria Helena é uma garota que feriu os sentimentos de Geraldo,então ele desabafa com seu melhor amigo mostrando os seus sentimentos magoados.O personagem Pandonar é sonhador,curioso,aventureiro e romântico como a maioria dos garotos.

Inspirado na experiência da infância, do autor,ele foi escritos pra jovens de todas as idades.Um livro engraçado,e cheio de sonhos,como as Aventuras de Pandonar.Geraldo é um garoto que sonha em ser Pandonar,sem limites e com uma bela criação,com essa narração ele reuni momentos difíceis pelos quais vivemos.

Recomendo para todos que gostam de uma boa literatura infantil.

 

 Referência:

 

Autor: RIBEIRO, João Ubaldo

Título: Vida e paixão de Pandonar, o cruel

Editora: Objetiva          Faixa Etária: Para o leitor fluente (pré-adolescentes)

 

Milton Santos “O Mundo Global visto do Lado de Cá”

Por Luciana Silva

O documentário o mundo visto do lado de cá.  Produzido por de Silvio Tendler, Caliban Produções, no Rio de Janeiro, em 2006.

É uma leitura visual do livro de Milton Santos “Por outra globalização”. O documentário nos mostra de uma forma bem singular essa coisa antagônica que é a globalização. Com a globalização, o mundo passa por uma profunda transformação perversa onde as camadas oprimidas prosseguem sem oportunidades. Oprimidos, estes aceitam o que lhes é oferecido sem questionar.

(…) a fome e a miséria não constituem fenômenos naturais irremediáveis, mais fenômenos sócias, produtos da criação humana, ou melhor, da exploração desumana das riquezas naturais a que se entregou a um pequeno grupo de privilegiados, em detrimento dos verdadeiros interesses da humanidade. CASTRO, Josué de. O livro negro da fome. S. Paulo: Brasiliense, 1966.  p.25

Enquanto a classe media que se desdobra para pagar seus impostos, acha que por isso deveria ter não direitos, mais sim privilegio. Como o próprio professor fala, quando se instala o capitalismo, que é a própria globalização se instala também a contradição.  Outra coisa interessante é quando Milton Santos fala sobre a produção de alimentos. “Simplesmente decidiram que algumas pessoas não devem comer”. Em boa parte das grandes cidades brasileiras a qualidade de vida despenca graças a um sistema político que não atendi as necessidades sociais, mais que privilegia as grandes corporações, como a imobiliária, automobilísticas, construtoras e empreiteiras.   As construtoras com seus mega empreendimento que empurra para as favelas, guetos, e vias publicas milhares de brasileiros, como vimos em uma cena onde vários sem teto ocupavam um prédio no centro da cidade que estava abandonado, onde a primeira providencia dos poderes públicos foi desligar a água, e a luz daquele lugar.

Existe uma crise social, mais isso não interessa, ao processo da globalização o importa é afastar qualquer crise financeira. O uso do espaço urbano nunca esteve tão disputado como hoje. Há uma verdadeira luta de classes marcada por uma arquitetura de luxo e a precariedade das periferias. O direito a cidade é um desafio para a afirmação da dignidade. O Brasil entrou as cegas no processo da globalização e do neoliberalismo, que fez com que muitas famílias fossem destruídas e viu seu patrimônio arrasado no inicio da década de 1990 com o plano econômico desenvolvido no governo Fernando Collor que mexeu com as poupanças de milhares de brasileiros deixando alguns na miséria. Na America latina a dolarização do dinheiro levou bolivianos e argentinos as ruas para protestar contra o caos que foi instalado nestes países.  Realmente os pobres ficaram a mercê do nada! O desemprego virou coisa normal. Porem hoje nos fazem acreditar que estamos ganhando mais dinheiro, e que podemos comprar tudo que nos é oferecido. Mais estas compras são realizadas com cartões de credito e que posteriormente temos que pagá-los e assim comprometendo o dinheiro que recebemos por nosso trabalho.  Em um dos trechos um cidadão revoltado exclamou: “você vale o que você tem no bolso no momento eu não tenho nenhum centavo. logo eu não valo nada”.  Tanto a cidade como as pessoas passam a ser pensadas como mercadorias.

O mundo esta passando por um processo de má administração, e não de dinheiro, pois, nunca se viu tanto dinheiro em circulação e uma tecnologia tão desenvolvida.  Estão transformando do espaço urbano e rural em empresas, isso traz profundas consequências para quem neles vivi. “Todo cidadão pobre também tem direito ao centro da cidade”. No caso da zona rural com o agronegócio famílias são obrigas a vender suas terras produtivas ou não produtivas para grandes fazendeiros com a desculpa de que ali não tem condições de se produzir nada.  E estas pessoas são lançadas nas grandes cidades e esta é colocada como o salvador, é o lugar onde ha grande possibilidades de sucesso.  Percebemos que as políticas públicas não estão atendendo as demandas da sociedade. Apesar de acreditar, que elas são capazes de resolvê-las. Porem, o problema está no desempenho do Estado, que é sempre pífio. É no espaço urbano que tudo acontece, é lá que o cidadão pode ser visto. Pensasse que no espaço urbano as coisas são mais fáceis é o lugar do olhar iludido. Iludido pelas promessas de enriquecimento, saúde, educação de qualidade, qualidade de vida, e etc. onde você pode adquiri à felicidade a prestação.

O capitalismo está sempre vendendo para as pessoas ideias de felicidade, quando se adquire um celular da moda, um tênis, uma televisão de ultima geração, um computador, um carro. Este ultimo vem trazendo para os grandes centros urbanos um desafio que parece não ter fim, que são os grandes congestionamentos.  O vídeo também nos traz uma reflexão sobre o papel da mídia, que deveria informar e ser um instrumento de utilidade pública, e ate de resgate da cidadania. Porem o que temos visto é que ela é o principal veiculo de alienação, destruição dos valores, banalização das culturas, vulgarização do sexo, e a valorização de uma só classe social, e a exclusão nítida de tudo que tem a ver com nossa cultura. Quando ligamos a TV escutamos sempre as mesmas noticias, só muda o apresentador e a emissora. As pessoas ficam cada vez mais alienadas, o que elas pensam, falam, vestem, seus sentimentos, são manipulados pela mídia. O cidadão não é convidado a pensar, e sim seguir padrões, e costumes que não faz parte da nossa cultura e da nossa realidade.

Então o entrevistado nos traz uma alternativa para todo esse espetáculo que estamos vivenciado. Uma nova globalização. Que se originará nas periferias nas classes mais pobres, onde estão os oprimidos. Este irão se levantar ou já estão levantados criando suas oportunidades. Apesar dos investimentos em prol da cultura nas periferias do nosso país serem insignificantes, alguns movimentos como o de Hip Hop, do Rap, do teatro, da dança, do grafite tem ajudado muitos jovens em situação de risco a saírem do submundo, e encontrando dignidade, respeito e confiança em se mesmos para trilhar os caminhos que a sociedade lhe impôs.

“Eu creio que está se passando alguma coisa muito profunda, uma espécie de vulcão e que a gente não tem as antenas para perceber. A gente é chamando a pensar na violência como ela é definida tradicionalmente, mais a gente não entende, e não compreende e não domina. O mecanismo intelectual destas formas novas de solidariedade e reivindicação”. SANTOS, Milton (2000) Entrevista com Silvio Tendler

Referencia:

ENCONTRO com Milton Santos: O mundo global visto do lado de cá. Direção: Sílvio Tendler. Caliban Produções. Rio de Janeiro, 2006.90 min. 35 mm, COR, 2.140m, 24q

CASTRO, Josué de. O livro negro da fome. S. Paulo: Brasiliense, 1966.  p.25

COUTINHO, Andréa M.M.A. Leitura, Ciência e Tecnologia. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2008. p. 184-193.

LITERATURA, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

Carlos Antonio Bispo dos Santos

A autora Andréa Coutinho, aborda no texto Literatura, Ciência e Tecnologia, o avanço do pensamento humano, sobre a conscientização de um mundo, onde as influências  religiosas eram fortemente combatidas com seus princípios dogmáticos negados.No âmbito do pensamento caracteriza-se pelo individualismo ,pelo racionalismo e pelo humanismo, ou seja, pela influência do Renascimento.Foi  caracterizado como um movimento cultural não eclesiástico , racional e cientifica, inspirado na cultura greco – romana, ´´Podemos creditar aos séculos XV e  XVI,  um retorno digamos ´´ mais consciente “ à produção do conhecimento a partir de idéias centradas no homem e no passado greco-romano.“

O Realismo reflete as profundas transformações econômicas, políticas, sociais e culturais  da segunda metade do século XIX. A Revolução Industrial iniciada no século XVIIIentra numa nova fase caracterizada pela  utilização do aço, do petróleo e  da eletricidade.

Na segunda metade do século XIX, o socialismo cientifico de Marx e Engels começou a ganhar adeptos entre os assalariados , em conseqüências da superexploração a que eles eram submetidos nas atividades produtivas as quais não poupavam nem mesmo mulheres e crianças, ´´Marx e Engels, procurava organizar-se politicamente“. E a teoria do evolucionismo de Charles Darwin da origem das espécies, negando a origem divina defendida pelo cristianismo.

As invenções técnicas desempenharam um papel essencial, quatro delas disseminaram, como a  bussola  magnética, permitindo  a navegação, a pólvora,o relógio mecânico, e a imprensa que produziu um fabuloso aumento no aprendizado, levando tanto as obras clássicas  como as modernas a um público que antes estava sobre o monopólio do conhecimento do clero ´´as cópias em larga escala que se darão no século XVIII que permitiram o surgimento de um universo maior de leitores modificando o conceito de narrativa.

A posterior Reforma Protestante e a  Contra – Reforma Católica viriam abalar as novas buscas e concepções cientificas, sem no entanto impedir a expansão . A escolástica e o misticismo seriam enterrados, e o caminho para o empirismo cientifico do século XVII e XVIII estaria aberto.

Abrindo Livros

livros

Camila Moreira de Souza

O texto a vida transformada destaca a relação entre a leitura e a transformação humana. Pode-se perceber isso no trecho no início do texto onde é citado o pensamento do filósofo iluminista francês Charles de Montesquieu (1689-1755) que atribuía sua salvação existencial a leitura: “O estudo foi pra mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não tendo existido jamais uma dos que uma hora de leitura não afastasse de mim”.

É de conhecimento de todos que a leitura tem o papel importante para a sociedade pois desenvolve no leitor a capacidade de escolher o melhor modo de agir, estimula o senso crítico, amplia e enriquece conhecimentos e  abre horizontes tornando-o capaz de opinar e criticar de forma mais inteligente. O texto trás também depoimentos de pessoas abordando suas perspectivas e sua relação com a leitura, os depoimentos são independentes, narram histórias reais, porém, todos possuem um ponto comum: Tiveram suas vidas mudadas a partir do hábito de ler.

Os depoimentos são de: Rogério Pereira, Neide Duarte, Jonathan Franzen,Eliane Catanhêde, Valesca de Assis, Luciana Villas Boas, Miguel Sanches Neto e Geraldo Carneiro, todos ligados ao universo literário.

O primeiro relato é referido por Rogério Pereira, editor de jornal Rascunho e diretor da biblioteca pública do Paraná. Propõe uma visão social e humana apresentando a realidade vivenciada por ele, apostar na educação seria a salvação de escapar do ciclo de pobreza onde ele estava inserido.

A repórter da Tv Globo, Neide Duarte, conta que sua irmã foi sua principal mentora no hábito da leitura e diz que foi na adolescência, quando leu pela primeira vez um livro Grande Sertão Verendas de Guimarães Rosa e Poesias Completas de Fernando Pessoa, que foi conquistada de vez pelos livros, “Ler me fez compreender a largueza pelo mundo”.

Para Jonathan Franzen, escritor norte-americano, o livro mais importante e com que mais se identificou foi O processo, livro que o fez quase sair da ficção para virar jornalista Político.

Eliane Cotanhêde, colunista da folha de São Paulo, aponta que conheceu o mundo através dos livros e relata que o livro jovem Swann a inspirou e foi essencial na escolha da sua atual profissão. Para ela a leitura é sinônimo de prazer, permitindo ter a sensação de conhecer o mundo e alma das pessoas.

Valesca de Assis, escritora e coordenadora de oficinas de desbloqueio literário atribui ao livro uma forma de experimentar outras vidas!  “Acredito no poder dos livros são grandes professores, daqueles a cujas  aluas jamais faltamos”.

Luciana Villas Boas, agente literária, diretora da Villas – Boas & Moss Literary Agency & Consultancy, atribui aos livros o papel de amadurecer o leitor, segundo ela é possível encontrar neles reflexões sobre a vida e vislumbrar, através da narrativas, as experiências de um personagem. Ainda segundo Luciana “a boa leitura não engana o leitor com promessas falsas de controle absoluto da vida. Ao contrario, ela nos permite sentir como a vida e o ser humano escapam do controle”. Desta forma o leitor não pode confundir uma boa leitura com um leitura de auto ajuda.

Miguel Sanches Neto ,autor de Herdando uma biblioteca (2004) e colunista de Metáfora, atribui que o universo da leitura pode ser usada como uma peça salvadora capazes de superar e  auxiliar com poder terapêutico nas ocasiões mais diversas

Para Geraldo Carneiro, escritor, roteirista e tradutor, os livros são como um antídoto necessário contra as alucinações da vida. Geraldo ainda diz que foi através de um livro que percebeu que a vida não segue uma linha cronológica pré-definida, com começo, meio e fim bem estabelecidos.

O que faltou no texto foram depoimentos de estudantes, todos os entrevistados já são formados e têm emprego. O depoimento de uma pessoa em formação acadêmica ajudaria o leitor a entender a importância da leitura no mercado de trabalho, sua importância cultural e atrairia mais leitores jovens que se identificariam com este relato em específico.

O texto não exige nenhum conhecimento técnico apurado para sua compreensão, possui linguagem simples e atende perfeitamente  a demanda de leitores leigos e curiosos pelos tema. Trás contribuições importantes para o desenvolvimento da pratica da leitura, trazendo relatos com exemplos de vida mudados através da leitura. O texto é recomendados para todas as pessoas que já desenvolvem o bom habito de ler e serve de apoio as que pretendem iniciar.

 

ALVES, Ticiane e PEREIRA, Luis Costa.  A Vida Transformada Como Obras literárias mudam o cotidiano e o pensamento de seus leitores. Revista Metáfora: Literatura e Cultura; São Paulo; Editor Sacramento.

LITERATURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

COUTINHO, Andréa M.M.A. Leitura, Ciência e Tecnologia. Londrina: Universidade Estadual de Londrina, 2008. p. 184-193.

 

Andréa M. M. A. Coutinho, autora da obra em epígrafe, professora da Universidade Estadual de Londrina.

No capítulo que coube a autora Andréa M. M. A. Coutinho – Literatura, Ciência e Tecnologia – Ela introduz dizendo que foi a partir dos séculos XV e XVI que houve um retorno à produção do conhecimento a partir de idéias centradas no homem e no passado greco-romano e que a invenção da imprensa revolucionou a difusão do conhecimento. Ela afirma também que, na segunda metade do século XIX houve uma grande efervescência a partir das várias correntes filosóficas e científicas da época – o positivismo de Comte, o determinismo de Taine e a lei da seleção natural de Darwin, além de avanços na Física, Química e Biologia e o aparecimento da Sociologia, Antropologia e Psicologia.

Algumas manifestações literárias surgiram perturbando e modificando idéias tradicionais sobre o homem e as espécies animais, muitas obras , no século XIX, se impregnaram com as culturas realistas e naturalistas, centradas na racionalidades e foram contagiadas pelos progressos científico e tecnológico que as impulsionava para o futuro.

Sem dúvida a Revolução Tecnológica ocorreu no século XX, onde foram estabelecidos novos conceitos de comunicação e clareou-se a percepção de que o homem, em semelhança com a máquina,  é um organismo comunicativo.  A verdade é que a revolução científica , depois industrial e tecnológica fez surgir novas dimensões e perspectivas e com isso novas “compreensões”, é de se notar que todas essas revoluções visaram e impulsionaram o desenvolvimento das ciências, sobretudo das máquinas, de modo que o desenvolvimento artístico ficou ligado ao desenvolvimento científico, industrial e tecnológico, tintas e novas cores industriais, bisnagas de metal, pincéis e espátulas feitos em série são fruto da Revolução Industrial que vieram modificar a arte!

A autora discorre também acerca da influência que a máquina fotográfica teve neste período em relação à modificação de conceitos e das formas artísticas, a fotografia iria corromper a arte, o pintor agora retrataria apenas o que via, não dando mais lugar ao sonho e a intuição, sendo a fotografia ligada apenas á máquina. Nesta ocasião  o artista buscou uma nova forma de produção e apresentação centradas nas formas e nas cores, o impressionismo, ponto de partida da arte contemporânea, inaugurou uma nova técnica plástica, a da fragmentação da pincelada e do tom, com o emprego de tintas puras, que deveria desembocar na mistura ótica. Ela discorda da “provocação” do desenvolvimento da fotografia quando diz: “Acredito que não haja comprovação para isso pois a verdade é que e revolução científica, depois industrial e tecnológica fez surgir novas dimensões e perspectivas e com isso novas “compreensões” ”p.187 .

Ao citar Baudrillard é explanado o conceito de simulácro e de hiper-realidade trazendo à tona que a realidade não é sempre aquilo que se vê, pois até mesmo esta pode ter sido apliada e modificada através dos recursos tecnológicos.

 “E, paralelamente a tudo isso, com a quase certeza científica da incerteza, o que se vai perceber é que aquelas fronteiras que dividiam “dois” mundos começam a se romper” p.188 – Acredito que nesta afirmação está o cerne de toda a construção textual da autora, fazendo-nos pensar na abertura de novas possibilidades, onde “dois” mundos podem viver harmonicamente e mais do que isto, um contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento do outro, completando assim a atividade intelectual.

É de impressionar a clareza da abordagem feita por Coutinho acerca da influência da fotografia. Ela afirma que a imagem fotográfica pode ser facilmente manipulada em nossa tecnologia(diga-se de passagem: digital), desta forma estabelecendo três tipos de imagem: a real, a imaginária e a virtual, e todas elas intercambiáveis.

Concordo com a autora quando ela afirma que: “Não é nova a idéia de se aproximar ciência e arte”p.187. E ao desdobrar a abordagem, ela fala que a capacidade que se deve ter de raciocinar e de agregar informações é o que conta, associando esta idéia à percepção atual, onde os resultados da união de arte e ciência não são mais diferenciados.

Chama a atenção a terminologia aplicada pela autora de “arte transgênica”p.188, termo geralmente utilizado quando se trata de alimentos e que ela utiliza pontuando alguns aspectos da arte como: eletrônica e de comunicação.

Nesta obra resenhada está evidente o paralelismo feito pela autora da arte a partir do século XVIII com a do século XXI, onde é impossível a desassociarão da tecnologia e das ciências que a norteiam e onde o modo de produção está “contaminado” pelo desenvolvimento da tecnologia.

 

Daniel de Jesus Mota.

A Transição da infância para Adolescência.

Jane Mary Lima de Meireles

Em seu livro “Vida e Paixão de Pandonar o Cruel”, editora Nova Fronteira, João Ubaldo Ribeiro, narra as aventuras de Geraldo e Roquetão. As aventuras contadas por Ribeiro revela as experiências vividas na sua infância. Acredita-se que foi buscar inspiração, nos livros de Monteiro Lobato, dos quais era um assíduo leitor.

Roquetão e Geraldo eram amigos e estudavam na mesma escola. Nas horas vagas eles viviam uma vida intensa, comum aos adolescentes. Os amigos criavam fantasias, nas quais “Pandonar” está presente, esse personagem fictício vivido a partir das aventuras. Assim, “Pandonar” é o que Geraldo gostaria de ser, um quase super-herói valente, forte e conquistador. Nas aventuras, os adolescentes exprimem seus sonhos desafiados e os vivem sem preconceitos.

A história mais engraçada foi numa partida de futebol. Geraldo estava no banco dos reservas. O time estava perdendo, mas quando entra no jogo, “Pandonar” dribla todos os jogadores do time adversário e consegue fazer 24 gols numa única partida. O fato é que as aventuras de “Pandonar” foram tantas que deixa o Super-Homem no chinelo.

Ele deixa de criar fantasias, quando descobre a paixão, da qual advém a sua primeira decepção, pois Geraldo para declarar o seu amor por Márcia, colega do colégio, envia-lhe bilhetes anônimos, com intuito da relação se oficializar. No entanto a menina descobre através da caligrafia, quem era o autor dos bilhetes e o ridiculariza perante toda classe.

Apesar da desilusão, Geraldo resolve levar a irmã ao baile. Lá, encontra Maria das Graças, também colega do colégio, ficam conversando. A animadora da festa incentiva para que eles dancem. Neste momento, Maria das Graças diz estar apaixonada por ele. Agora na história, não fica caracterizado se eles namoraram. Cabendo a nós leitores, tirar nossas próprias conclusões…

Quanto a obra: O texto é alegre, pois contém um pouco de humor, apresenta uma linguagem simples, de fácil compreensão e relata o processo de transição entre a infância e a adolescência. Fase na qual todos nós passamos e terminamos por nos encontrar, como Geraldo.

Referência: http://www.iel.unicamp.br/sidis/anais/pdf/VASQUES_CRISTINA_MARIA.pdf

A Forma do Pensar.

 

 

A FORMA DO PENSAR

 

 

                                                                   Antonia Crispina da Silva Gonçalves

 

De acordo com o texto Amor e Ódio na mesma frase da Revista Língua Portuguesa, retrata a sexualidade desde a antiguidade até os dias atuais. Fala sobre a aproximação entre as pessoas em diferentes tipos. Seja ele no toque, no falar, na sensualidade com a finalidade de fisgar o outro, descobrir o corpo no ato prazeroso na vida a dois é algo inexplicável.

Existiam os preconceitos culturais da época, há uma linguagem no sexo e palavras para os órgãos sexuais ao longo do século, nessa linguagem o homem e a mulher aproveitam a oportunidade para expressar seus sentimentos de forma diferentes, porém, com o mesmo idioma.

Destaca também que para uma relação se tornar efetiva, intensa tanto antes, durante e depois, é preciso “apimentar” antes retrata como paquera, seduzir de forma amorosa que deixe o clima bem quente entre eles e durante esse clima os corações já estejam pulsando, o prazer é tanto que um realiza o outro e depois continua com esse ato prazeroso que é o sexo.

Antigamente a linguagem sexual não era tão livre quanto hoje em dia. Existiam os tabus da época, até a forma  de namorar era diferente, tipo acompanhado pelos pais ou algum adulto, o casal não poderiam ficar sozinho, se por acaso fizessem  sexo antes do casamento seria obrigado a se casar, queira ou não, e ainda assim seriam criticados pela sociedade do tempo ocorrido.

Hoje encaramos a sexualidade de forma diferente. Embora exista muita gente que vive camuflada e soterrada pelo tabu do passado em relação à vida sexual, o que pode e que não podes fazer. E muitos chegam até dizer que tais posições, forma do sexo sejam “pecados”.

No texto fala do preconceito da mulher em relação à virgindade e do conhecimento e também do homossexual, quando diz:

“Uma floresta é virgem porque não foi “penetrada”… A mulher foi por muito tempo associada ao elemento frio, às noções de inércia, escuridão, morte e sombra. O homossexual que “não é um nem outro” ocuparia uma zona cinzenta. Daí ser chamado de fresco”. (pg 09).

Antigamente a mulher virgem era valorizada, atualmente encontrar uma mulher virgem, nossa, é aquele espanto, embora deva existir, mas, com certeza a sociedade irá ironizá-la, não todas é claro, vai depender da idade.

O tempo passou e mudaram muito e nada melhor para discutir a sexualidade do que um bom diálogo. Pois a sexualidade não é só linguagem é muito mais do que isso, é sexo é prazer, penetração, uma sensação, não importa as posições o importante é amar e ser amado. Indico a todos a leitura dessa revista.

 

Salvador, 02 de janeiro de 2014.

 

 

Referência:

Revista Língua portuguesa Especial. São Paulo: Editora Segmento. Ano I junho de 2006, pg. 6 a 9.    

Mundo Mágico

ALVES, Terciane e PEREIRA JR, Luiz Costa. A vida transforma. Metáfora, n. 9, jun/2012, p. 44-49.

Escrito em 2012 o artigo A vida transformada retrata a forma que a leitura pode transformar os seus leitores, trazendo o ponto de vista de cada um e situações a quais a leitura já os modificou.

O texto é dividido em oito entrevistas. Dentre os entrevistados, destacam-se pessoas ligadas diretamente ao âmbito da escrita, como escritores, agentes literários, editor de jornal, colunistas e repórter. Cada leitor destaca o que a leitura mudou em sua vida, começando por Rogério Pereira, editor do jornal “Rascunho” e diretor da Biblioteca Pública do Paraná que cita ‘A leitura me protege. Não sei bem do quê, mas tenho certeza que sim. ‘

Outra entrevista pertence à repórter da TV Globo Neide Duarte. De acordo com ela, a leitura possibilita uma maior compreensão e largueza do mundo, levando a certas descobertas, tais como uma maneira simples de juntar palavras para deixá-las belas.

Para outro entrevistado, o escritor norte-americano Jonathan Franzen, todo livro é uma conexão. Indo pelo mesmo caminho, a colunista de Folha de S. Paulo Eliane Catanhêde decidiu trabalhar com palavras e diz que a sensação de conhecer o mundo e a alma das pessoas por meio dos livros é algo que a sensibiliza muito.

Valesca de Assis, escritora e coordenadora de oficinas de desbloqueio literário,  entende que a leitura nos permite viver outras vidas ou a vida como poderia ter sido e não foi. Luciana Villas Boas, agente literária e diretora da Villas-Boas, diz depender dos livros para ser transportada a outros universos. Miguel Sanches Neto, escritor, autor de “Herdando uma biblioteca” (2004) e colunista de “Metáfora” citou que a leitura é a forma de superação das suas angústias. Geraldo Carneiro, escritor, roteirista e tradutor informou que os livros mudaram a sua vida muitas vezes.

Com os diversos depoimentos desses leitores, observa-se que a leitura mudou a vida de muitos. Nesse sentido, nota-se o poder de transformação da leitura na vida de cada indivíduo, mostrando, na realidade, como os leitores recebem as obras, sejam literárias ou não, de acordo com seu conhecimento de mundo e seu contexto sociocultural.

Observa-se que todas as entrevistas levam ao mesmo ponto, em que a leitura pode transformar.Cada qual com sua forma de exercitar a sua leitura,uns não conseguem viver sem ela e sua profissão precisa 100% da leitura e outros usam como hobby.Um dos pontos positivos desse artigo é mostrar o resultado da evolução de cada indivíduo ,despertando nos leitores dessa revista o interesse de ler mais .

Apesar de apresentar aspectos interessantes para os leitores no tocante às questões que envolvem a interação leitor\obra\autor, o artigo não traz, o que sinto falta, de um depoimento de uma criança, o que poderia incrementar ainda mais a concepção de leitura para um indivíduo de uma faixa etária menor e em formação de um certo gosto literário, despertando o interesse pela leitura por parte de crianças e de jovens.

Como dizia Monteiro Lobato: “Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”, não importa o que se lê, conhecimento nunca é demais, o importante mesmo é não perder o hábito da leitura, pois através dela podemos ir longe .

Paula Graziela Cordeiro de Jesus

Considerações sobre O mundo global visto pelo lado de cá

Por Joseane Rosa

Poster do Documentário

Encontro com Milton Santos: O mundo global visto pelo lado de cá é um documentário do cineasta Sílvio Tendler, o filme foi lançado em 2002, alguns meses depois da morte do geografo que deu embasamento teórico para a obra cinematográfica.

Com base na obra Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal, o filme se divide em três partes que falam das faces da globalização: O mondo como nos fazem vê, a globalização como fábula; O mundo tal qual ele é, a globalização como perversidade; O mundo como ele pode ser, uma outra globalização.

No primeiro bloco temos um breve histórico sobre a globalização. O trabalho argumenta que a primeira globalização aconteceu no período da expansão marítima e da colonização. Neste período as grandes civilizações europeias conquistaram terras além-mar, exterminaram parte da população local, demarcaram as terras sem levar em conta as diferenças culturais e extraíram as riquezas locais. Assim, a primeira globalização, ou globalização do colonialismo, se caracterizou pela ocupação territorial. A segunda começa no século XX e é marcada pela fragmentação de territórios, onde os países desenvolvidos expandiram suas empresas para vários cantos do mundo e fizeram crer que isto beneficiaria os povos locais pela diminuição da distância entre os países e as maiores possibilidades de acesso a informação.

O consenso de Washington, em 1989, propunha reformas para que países da América Latina crescessem economicamente. Mas os métodos ditados – elevação de impostos, atração de investimento estrangeiro e privatizações – só fizeram acelerar a quebra das empresas nacionais levando a grandes demissões e aumento do número dos desempregados. As empresas internacionais, no entanto, passaram a fragmentar sua linha de produção e criar filiais em diversos países, desta forma estas puderam pagar preços menores aos seus operários, que sem outra opção de emprego acaba por aceitar as más condições de trabalho e o pequeno salário. O único objetivo da globalização desta forma é cada vez mais a busca por maiores lucros sem se importar com o bem-estar dos trabalhadores e desenvolvimento social dos países onde a filial de uma fábrica está instalada.

Na globalização como perversidade podemos observar cada vez mais o aumento do desemprego, da pobreza e diminuição da qualidade de vida. As massas tendem a buscar dia após dia algum emprego, mesmo os que pagam pouco. Nas empresas os salários tendem a baixar, e a fome e desabrigo se generaliza entre a população. Ao mesmo tempo, as fábricas de alimento produzem um número elevado de comida e deixa a questão de que a fome não é um problema de produção, mas sim de distribuição. Pois, como diz Santos no filme “não é que não haja alimento, apenas nós decidimos que alguns não podem comer”. Esta fala pode ser muito bem ilustrada por outro filme, Ilha das Flores de Jorge Furtado, o filme mostra, entre outras coisas, a produção de lixo de uma cidade grande e nele podemos perceber que até a decisão de quem vai poder colher restos de lixo orgânico é feita pelo dono do chiqueiro, que abre as portas para a população faminta coletar restos de alimentos dos porcos.

A globalização envolveu de tal maneira os povos na ideia de os países economicamente desenvolvidos são lugares da liberdade, igualdade e possibilidades de riquezas que fez a cada ano milhares de pessoas saiam dos seus países de origem de forma clandestina para tentar a surte no mundo capitalista. Contudo o que estas pessoas encontram são as forças nacionais que armadas procuram, capturam e expulsam os clandestinos.

Um pronunciamento de Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, no entanto chama atenção. Na época que foi produzido o filme, 2001, os brasileiros que entravam no país de forma clandestina não eram bem-vindos. No atual momento econômico internacional em que a crise afeta diversos países, os EUA perceberam que os brasileiros são grandes consumidores e acabaram por abrir as portas para os brasileiros. A pesar de o contexto ser diferente isto mostra que a política globalizante atual visa exclusivamente a busca de lucro e para isto muitas vezes passa por cima das decisões tomadas anteriormente.

A terceira parte do documentário mostra o mundo como ele pode ser, ou o mundo globalizado feito pelas camadas populares. Neste pensamento as massas populares podem se apropriar das possibilidades técnicas da modernidade e construir uma nova visão de mundo, uma visão diferente da mostrada pela grande mídia que normalmente pertencem a conglomerados econômicos e assim tendem a passar ideais destes grupos. Nesta outra globalização os grupos sociais que vivem a margem do sistema capitalista irão se apropriar destes instrumentos técnicos e artísticos, como câmeras filmadoras, internet, música e teatro e irão recontar a história da periferia o que irá tornar conhecida sua visão de mundo criando uma versão dos fatos diferente da mídia tradicional.

Segundo Milton nunca antes tivemos as possibilidades técnicas de construir outro mundo, apenas estas técnicas foram expropriadas por um número pequeno de empresas ou grupos sociais e cabe a nós fazermos destas condições matérias as condições de uma nova política. O pensamento do geógrafo pode ser comparado com o do sociólogo espanhol Manuel Castells. Este diz que é a sociedade “que dá forma à tecnologia de acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que utilizam as tecnologias” (2006, p. 17). Então cada grupo social apropriados das técnicas irá impor valores diferenciados a estas partir das suas necessidades. Desta forma os indígenas, exemplificado no documentário, ao utilizar as câmeras de vídeo e internet acabaram por ressignificar estas tecnologias criando conteúdos a partir de sua visão de mundo. Para Milton Santos estas apropriações das técnicas pelas massas populares é que tornará possível a outra globalização.

Apesar de concordar que as novas tecnologias criaram oportunidades para que as massas populares mostrassem sua visão de mundo e que possibilitasse, por exemplo, que jovens do Brasil realizassem em 2013 manifestações organizadas pela internet, não acredito que isto sozinho possa modificar a organização econômica atual. Contudo acredito e concordo que o feito hoje por estes grupos acaba por chamar a atenção do poder econômico para a necessidade de transformação.

Por fim, deve-se especificar o documentário com características de modo expositivo que segundo Nichols (2010) é o tipo que agrupa dados do mundo histórico numa estrutura retórico-argumentativa e expõe um ponto de vista. Assim a obra é uma interpretação da vida real e parte do olhar subjetivo dos realizadores. Desta forma o documentário, e as ideias de Santos contidas nesta obra, é apenas uma das várias visões sobre o mundo globalizado podendo existir várias outras que podem complementar ou até mesmo contrariar as ideias contidas no livro de Santos ou no filme.

 Referência:

ENCONTRO com Milton Santos: O mundo global visto do lado de cá. Direção:Sílvio Tendler. Caliban Produções. Rio de Janeiro, 2006.90 min. 35mm, COR, 2.140m, 24q

ILHA DAS FLORES. FURTADO, Jorge. Porto Alegre: sp: sd, 1989. (12 min.); dur,00:10:28min.  Acesso dia 22/12/2013 ; disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=KAzhAXjUG28&gt;

NICHOLS, Bill. Introdução do documentário. Trad. Mônica Saddy Martins. Campinas, SP: Papirus, 2005.

CASTELLS, Manuel, CARDOSO, Gustavo. A sociedade em rede: do conhecimento à acção política. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 2006.

IFBA, Pedro Itaparica

Um pai um pouco antigo!!

 

A resenha apresentada será sobre a obra do autor baiano João Ubaldo Ribeiro no livro “Contos e crônicas para ler na escola” que como já diz o título se trata de um livro de contos e crônicas, alguns textos bem divertidos de se ler outros nem tanto, alguns até chegam a ser cansativos de ler, mas nessa resenha vamos nos ater a um de se de seus contos “A formação do jovem”.

O conto fala claramente de um pai com uma enorme dificuldade em lidar com um filho em fase de crescimento, cheio de curiosidades e descobertas a serem feitas.

O conto que o pai como narrador começa já falando que quando filho adolescente quis ter uma conversa de homem pra homem ela deu um jeito de sair pela tangente alegando do filho seus míseros erros de português como se isso de fato fizesse alguma diferença em tal conversa, mas seu filho identificado no conto como Bentão se mostra um menino obstinado e mesmo sem qualquer aprovação do pai ele lança a primeira a indagação, “-Você dá beijo de novela na mãe, não dá?” o pai a princípio leva um susto com a pergunta inusitada do garoto Bentão e responde “–Eu o quê? Beijo de novela? Sim Beijo de novela. Bem acho que sim, beijo de novela, claro, sim, acho que sim, de vez em quando eu dou uns beijos de novela nela. Vamos pegar siri? Depois de ficar atônito com a pergunta do filho e responde dessa forma o pai sem esperar recebe na sequência outra indagação do filho, “-Você sente alguma coisa?” inconformado por não conseguir desviar o foco e extremamente incomodado com o rumo da conversa o pai apela a começa a corrigir os erros de português o q dessa vez dá resultado.

Mas tarde num numa outra situação sua mulher lhe aparece na companhia do filho e lhe diz sem muitos rodeios “-Ele precisa ter uma conversa de homem pra homem com você” e vai saindo de “fininho” ignorando aos apelos do marido para que fique e o ajude na conversa, e entupido no seu orgulho de macho ele diz “–Não tudo bem, besteira minha, eu compreendo essas coisas, besteira minha. Eu posso muito bem conversar com meu filho”, mas a mulher antes de sair lhe adianta o assunto o filho gostaria de saber o que é camisinha, o pai fica atônito mas uma vez sem saber o q dizer e depois de pedir a ajuda da mulher mais uma vez (ajuda essa mais uma vez negada) e te tanto “enrolar” o filho o pai diz “–Bem meu filho, a camisinha… vamos fazer o seguinte, depois eu te explico, está bem? É um pouco complicado, eu vou pensar num jeito de te explicar, está bem?” O filho não se conforma com a resposta do pai mas aceita como uma possível explicação futura, depois ele q se dependesse dele próprio não chegaria nunca se dependesse dele, segundo ele mesmo o filho esqueceria após determinado tempo e teria que mesmo até porquê segundo ele como ele não teve quem conversasse com ele quando ele tinha tal idade ele também não faria esse papel junto ao filho.

Fica a reflexão; até aonde vale a pena manter um tabu? E  mais tabus não foram feitos para serem quebrados? Será que vale mesmo a pena em algum momento ser negligente na criação de um filho ainda mais no mundo em que vivemos hoje com tantos perigos iminentes a vista, se esse menino não aprender tais coisas dentro de casa com quem ele irá aprender? Seria tão difícil para esse pai perceber que o contexto de mundo em que filho dele está sendo criado é bem diferente do de anos atrás quando ele tinha sua respectiva idade? Pois o texto mostra um pai com uma mente um tanto antiga, e pior ao que aparenta nem um pouco empenhado em mudar isso mas preocupado com um orgulho besta herdado de sua geração.

 

 

 

A contribuição da consciência individual para uma outra globalização.

Odicleide Coutinho do Nascimento

O documentário O mundo global visto do lado de cá é uma obra do cineasta Sílvio Tendler baseado no livro Por uma outra globalização do geógrafo Milton Santos , que trata da questão da globalização e de suas múltiplas faces. De acordo com os argumentos de Milton Santos a globalização pode ser analisada das seguintes perspectivas: O mundo como nos fazem ver,a globalização como fábula; O mundo tal como ele é, a perversidade da globalização; E,o mundo como ele pode ser, uma outra globalização. Ao longo do documentário, fatos são apresentados para explicar cada uma dessas perspectivas. A globalização como fábula trata-se da especulação existente em relação ao progresso das técnicas e da falsa ideia de que tudo pode ser transformado para melhor e que todos podem ter acesso a esse mundo multiconectado. Essa bela fábula é sustentada pela mídia que é controlada pelas maiores corporações do mundo, a mesma de forma dissimulada faz com que os indivíduos mantenham-se presos a essa mentira. Divergindo da fábula, o mundo pode ser entendido tal como ele é, com toda a sua perversidade em várias escalas: através da pobreza e da distribuição de mais pobreza para os pobres, através da fome, do desemprego, da privatização de recursos naturais, da contradição das massas. Ambos os problemas são decorrentes da voracidade e da insensatez do neoliberalismo, o qual propôs a “abertura” e a dolarização da economia, de forma mais intensa principalmente na América latina, através do Consenso de Washington, por conta da possível e concretizada expropriação dos recursos naturais dessa região. O documentário traz como exemplos, a privatização da água na Bolívia que tem como reflexo a revanche revoltosa da classe explorada que resulta na desprivatização deste bem, assim como os panelaços da classe média argentina contra a dolarização e o conseqüente sucateamento da economia local. A real globalização favorece os ricos, crises sociais não são observadas e muito menos solucionadas. Afinal, a única crise que importa para o capitalismo é a crise econômica. No mais, a estrutura social estratificada deve ser mantida para continuar sustentando o sistema engenhoso de desigualdades. Frente à perversidade da globalização Milton Santos propõem uma outra globalização,como foi exposto no documentário. Essa globalização se caracterizaria pela solidariedade, pela igualdade e pelo emprego das técnicas como plataformas de transformação e de liberdade, dando a este movimento um caráter de revanche. As grandes propostas de transformação apresentadas são o emprego da arte como forma de libertação e principalmente de denúncia, como foram expostos os exemplos do rap na Ceilândia e do cinema amador em uma comunidade do Rio de Janeiro, e a contribuição do Estado como ente socializante nesse processo de equilíbrio da globalização. Apesar de citar o ente estatal o autor coloca nas mãos do povo o poder de transformação, deixando explícita a real proposta desta outra globalização: a contribuição de cada indivíduo para a transformação social.

O grande deslize do discurso de Milton Santos  foi colocar o Estado como fator necessário, ele não conseguiu dissociar a organização da sociedade do controle do Estado. Fato contraditório, afinal, como é mostrado no próprio documentário, o Estado é quem financia e quem está de comum acordo com as grandes multinacionais, o Estado apropria-se de vandalismo para ceder às grandes empresas o total comando dos indivíduos. Resumidamente, o Estado não está preocupado em sociabilizar as técnicas ou em acabar com a fome. Sendo assim, cabe a cada indivíduo de forma autônoma contribuir para a transformação através de um olhar mais crítico, político (fora do sentido de partidarismo).

O documentário é uma obra que sintetiza muito bem a questão do mundo global e de suas múltiplas facetas e que pode servir de reflexão para todos nós, indivíduos inseridos no contexto da globalização. Essa obra não deve se restringir apenas aos estudantes, afinal, o convite à reflexão é para todos, sejam explorados ou até mesmo exploradores.

 

Referência:

ENCONTRO com Milton Santos: O mundo global visto do lado de cá. Direção:Sílvio Tendler. Caliban Produções. Rio de Janeiro, 2006.90 min. 35mm, COR, 2.140m, 24q.

“Vai”, Ivan Ângelo

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A conquista da dialética

Naiara M.ª Meireles S. Ribeiro

Resenha do conto “Vai” de Ivan Ângelo

ÂNGELO, Ivan, “Vai”. O Ladrão de Sonhos e Outras Histórias. Edição 2.º Editora Ática, São Paulo, 1994, p. 12-14.

Ivan Ângelo, escritor romancista, professor (na Califórnia), jornalista, cronista, tradutor, contista, brasileiro, mineiro de Barbacena, nascido em 1936, começou a escrever em 1954, ganhou prêmio em Belo Horizonte com a publicação do conto Culpado sem Crime, em 1965 vai para São Paulo trabalhar no Jornal da Tarde como editor, onde em 1986 tornou-se editor chefe, em 1968 foi roteirista da Rede Globo, foi ganhador por duas vezes do Prêmio Jabuti, em 1976 com A Festa (o qual demorou para ser concluído devido à censura da Ditadura Militar, sendo finalizado em 1975) e em 1995 com Amor?, é cronista da revista Veja, São Paulo desde 1999.  Com mais de 13 livros publicados, muitos traduzidos para França, Alemanha, EUA e Áustria.

O texto “Vai” é um dos 12 contos que recheiam deliciosamente o livro O Ladrão de Sonhos e Outras Histórias (livro infanto-juvenil), no qual ANGELO, narrativo e discursivo, enfoca sobre as ações do comportamento humano e do cotidiano, e apesar do contexto histórico de 1970 (Ditadura Militar), o faz sem demonstrar a violência comum nos textos narrativos desta época, a maioria de resistência à opressão do militarismo. É um texto narrado em 1.ª pessoa, por aquele que vai elaborar uma síntese de qualidades e defeitos a cerca do seu oponente (daquele que pretende roubar a sua amada), ele ira propor a ela uma escolha, entre “ele ou eu”. É um diálogo num momento em que sua amada planeja deixa-lo, trocá-lo, momento difícil, até mesmo perturbador para aquele que se sente na pele do perdedor, sendo capaz de tudo para não ver indo embora o teu amor. O texto exibe a Semiótica (teoria que não apresenta no texto o real sentido, mas utiliza de mecanismos para promover a compreensão do dito e do não dito, presentes nele, no decorrer do texto).

Ele diz a ela: “vai”, mas antes tenho algumas coisinhas a lhes dizer. O coitadinho, frágil, impossibilitado, desmerecido, diz a ela que ela que pode ir, que ele não irá impedi-la, não irá apelar para o emocional para influenciar na decisão dela, e lança então uma gama de significativas qualidades do seu rival, dizendo que caiu em sí e reconhece a superioridade do outro, pois segundo ele lhe faltara talento para aprender a fazer bem as coisas como o outro.

Descreve as habilidades do oponente ao, nadar, dançar, caçar, dirigir, cavalgar, pescar, mergulhar, o sujeito era muito bom mesmo, enquanto ele pobrezinho, dança muito mal, até inveja o outro quando o vê nadar como peixe, montar cavalo então, nunca seria um bom cavaleiro, nossa e dirigindo então, o cara é maravilhoso, jamais ele teria a perspicácia daquele exímio motorista, jamais teria coragem como ele de com uma bala matar uma caça, ele é muito corajoso, e eu que temo até o latido de um cão, sem falar na coragem e na popularidade do cara, até mais bonito e rico que ele o rival é.

E como quem não quer dizer, mas já dizendo, descreve-se modesto, frequentador dos lugares mais simplórios possíveis, enquanto o rival possui o ar dos ricos. E assim sempre se pondo em submissão ao outro. E vai sutilmente começando a expor os pontos negativos do imponente rival, ele é moderno, não arrasta a cadeira para a dama, nem se preocupa se ela está sendo bem servida, ele diz:

Ele é moderno, decidido. Num restaurante não te oferece primeiro a cadeira, não observa se você está servida, não oferece mais vinho. Combina não é?, com um tipo de feminismo. A mulher que se sente, peça o que quiser, sirva-se, chame o garçom quando precisar. (ANGELO, 1994, p.14 ).

Nossa, começa a aparecer os “nãos” na classificação do garboso rival, “ele não é”, “ele não faz”, e neste jogo de quem vale mais, permanece insistindo na sua desqualificação, se diz ultrapassado, mas sobra nele a cortesia que falta no moderno rival.

Pra finalizar, o desmerecido, diferentemente, agora ira se valorizar de verdade, “Também não vou dizer que ele é melhor do que eu em tudo. Isso não” (ÂNGELO, 1994, P 14). Agora ele vai “saber fazer”, vai falar das suas qualidades, cozinha alguns pratos, conhece poemas, cinema e livros, é paciente e sabe escutar, conhece uma massagem ótima e olha só, mastiga de boca fechada, conhece plantas, sabe fazer certas carícias e tem camisas lindas, e o melhor de tudo, pasmem, não bate em uma mulher, gente, o desmilinguido agora é o porreta, não é moderno como o outro. Após elaborar uma síntese de suas qualidades entrega a chave a amada, pois ela poderá voltar para ele, se é que ela irá deixa-lo.

O texto mostra, uma característica marcante do Romantismo, a transformação do mal em bem, do bonzinho em mal. E essa mulher, será que terá a capacidade de escolher entre os dois, saberá discernir entre o bom e o mau. E ele tem certeza da função do seu discurso, que sem guardar rancor algum, entrega a aquela que deseja lhe deixar, a chave, pois tem certeza do seu regresso, elevando a figura da mulher à figura estática, totalmente subserviente, mostrando a ela que a escolha dela poderá não ser a melhor, segundo o ponto de vista dele. Ou seja, tem a certeza que ela irá se dobrar às suas qualidades, como se esta não soubesse pesar as distintas qualidades dos dois.

O narrador apresenta-se com um discurso manipulador, tenta com poder de persuasão validar-se. Se inicia tentando desconstruir os seus valores com os “eu não sei fazer” enaltecendo os valores do seu rival com os “ele sabe fazer”, utilizando-se da ironia para nesta apresentação de valores descontruir ao final, a imagem do rival, com sutileza demonstra nas habilidades do outro, uma certa agressividade, ao domar o cavalo e dominar a moto e o carro, deixando surgir para o outro a figura de um narcisista e egocêntrico. Por um lado enaltece o seu romantismo, como a ação do amado que é capaz de suportar a distância do seu amor, pois sabe que o melhor para ela está no outro, esse amor que disfarça no “pode ir minha amada”, o “sou melhor que ele”, “vais voltar para mim”. Começa dando a impressão de que estaria conformado com a decisão dela devido as suas qualidades serem superadas pelas do seu rival, porém por fim desconstrói a imagem do outro e se refaz romântico e com qualidades expressivas, aumentando seu valor tentando influenciar a escolha da amada.

O texto, possui linguagem clara, de leitura empolgante, fala da ação das pessoas diante de situações, do poder de argumentação tão importante que possuem, também demonstra o lado negativo das práticas de alguns seres humanos, que ao desejar algo, pode ser capaz de descontruir algumas verdades, e alterar a seu favor todo um contexto, ou seja, explicar a coisa a seu modo, e a depender da forma que algo é contado, dos interesses por trás desta proposta, ela poderá legitimar uma mentira, bem como descredibilizar uma verdade. Quem tem o poder de perpetuar suas ideias, no caso o narrador, assim o faz sem se importar se está sendo ou não desumano, coerente, se está propiciando a marginalização de alguém, se está discriminando Nos dias atuais vê-se muito estas ações, seja na manipulação realizada pelas mídias, pela força do Estado, ou pela ação do modo de produção econômica. Muitos exercendo um certo “poder” que no caso da dialética para introduzir ideias que possam lhes favorecer. E muitos se deixando enganar talvez por não se importar em ir ao fundo em indagar, questionar, fazer ascender a luzinha do desconfiômetro, ou seja uma grande massa manipulável, por promessas de candidatos à cargo público, por projetos de leis que favoreçam a alguns e não a outros, como também pela carga forte de influência da mídia e do seu combustível, o capitalismo.

Fontes Bibliográficas

ÂNGELO, Ivan, O Ladrão de Sonhos e Outras Histórias. Edição 2.º Editora Ática, São Paulo, 1994, p. 12-14.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ivan_%C3%82ngelo 27/12/2013

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_lit/index.cfm?fuseaction=biografias_texto&cd_verbete=5190 27/12/2013

http://www.portaldosjornalistas.com.br/perfil.aspx?id=12866 27/12/2013

http://books.google.com.br/books/about/O_ladr%C3%A3o_de_sonhos_e_outras_hist%C3%B3rias.html?id=ntgQAQAAMAAJ&redir_esc=y 27/12/2013

http://www.interletras.com.br/ed_anteriores/n17/index.php?id=1 27/12/2013

A VIDA TRANSFORMADA

Resenha acadêmica apresentada na disciplina comunicação e informação ministrada pela professora Catiane Rocha no 1° semestre do curso de licenciatura em geografia no IFBA,2013.2 Salvador.

 Os autores do texto Terciane Alves e Luiz Costa Pereira Jr relatam com depoimentos de várias pessoas a transformação que tiverem através da leitura.

      A transformação humana a partir da leitura foi a salvação para o Frances Charles de Montesquieu (1689-1756). Ele escreveu (O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não tendo existindo jamais uma dor que uma hora de leitura não afastasse de mim]. [pag.45] .

A literatura é a maneira de muita gente pensar a realidade, por que ensina o leitor a reler a si mesmo. O texto, fala que uma obra pode promover impacto capaz de alterar nossa maneira de agir e analisar o mundo ou nossas atitudes. Quanto mais lemos, mais experiência adquirimos, desenvolvemos nosso potencial e melhoramos nosso desempenho como leitor. Leitura é pratica. Só dessa forma ampliamos nosso vocabulário de palavras conhecidas.

Com a leitura aprendemos a nos comunicar e desenvolvemos o pensamento: criamos bases para formular críticas, aumentamos o nosso nível de interpretação, resolvemos mais facilmente problemas que necessitam de lógica,ou seja, a leitura nos transforma em cidadãos mais conscientes, pois nos deixa intelectualmente capazes de construir nossa própria opinião, o que é direito e dever do cidadão brasileiro. E, com cidadãos conscientes e capazes, conseguiremos transformar o país em um lugar melhor para viver.

Todos os textos nascem de uma realidade “do mundo “. Quem nunca trabalhou nem estudou a noite, não conhece os problemas vividos pelo estudante do período noturno. Quem não se casou, ou não teve nenhum relacionamento amoroso, não entende exatamente as consequências de uma separação.

A crença de que a literatura pode mudar a vida virou uma das convicções compartilhadas mundo afora por muitos leitores.Foi assim que, no século passado, ante a sombra de guerras mundiais, ganharam evidencia os estudos antropológicos que atribuíram à literatura o poder de resistência a adversidade (pág. 45).

A leitura e o convívio social é uma das formas de preencher essas lacunas em nossa existência. Mesmo sem sermos um menor abandonado nas ruas pela sociedade podemos tomar consciência do problema lendo sobre ele.

A leitura ajuda a passar o tempo, divertem com histórias alegres, fazem narração de viagens interessantes e informam sobre diversos assuntos.

Nos depoimentos do texto, fica claro de como a leitura protege. (A leitura me protege. Não sei bem do quê, mas tenho certeza que sim).

Ler me fez compreender a largueza do mundo (Neide Duarte repórter da TV Globo).

Todo livro é uma conexão (Jonathan Franzen, escritor).

    A leitura é extremamente importante, não apenas por ser fundamental em nossa formação intelectual, mas também por permitir a todos a entrada em um mundo diferente, cheio de sonhos e ideias. É notável a diferença de imaginação e criatividade entre uma pessoa leitora e uma não-leitora, pois a leitura trabalha justamente com o nosso imaginário. Quando lemos um livro, uma notícia ou qualquer outra coisa, mentalmente imaginamos o cenário e os personagens, transformando, assim, a história lida em um filme único, pois cada um imagina de uma maneira diferente.

Concluímos que “A LITERATURA É CAPAZ DE TRANSFORMAR O MUNDO”.

O texto teve como ponto positivo todos os depoimentos.

Recomendo para todos tipos de leitores.

 Aluna: Silvia dos Santos Costa

 Referência:

Alves,Terciane;Junior,Luiz Costa Pereira.A vida transformada-como obras literárias mudam o cotidiano e o pensamento de seus leitores. Revista Metáfora: literatura e cultura. São Paulo: Editora Segmento.

A VIDA TRANSFORMADA

 

                                           Margarida Ferreira Castro

A VIDA TRANSFORMADA

Como obras literárias mudam o cotidiano e o pensamento de seus leitores.

Nesta obra  os autores Alves, Ticiane e Costa P. J Luiz detalham o modo que a leitura transforma a vida, é um texto claro atual fazendo uma contextualização através de depoimentos apresentado  por parágrafos e narrativas os autores destacam  a importância do hábito de ler e das  diversas vantagens que este  ato  simples faz  tanta importância  em nossas vidas.

Parágrafo I. Transformação humana através da leitura.  Os autores atribuem o Francês Charles de Montesquieu (1689-1755) atribuía a sua ‘’salvação’’ existencial á leitura: ‘’ O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não tendo existido jamais uma dor que uma hora de leitura não afastasse de mim’’escreveu.

Parágrafo II.  Segundo o autor Rogério Pereira  editor do jornal rascunho e diretor da Biblioteca Pública do Paraná , para ele a leitura o protege ,  ele diz também que a leitura promove um impacto na personalidade humana, e na maneira de ver o mundo e que a literatura e capaz de mudar o individuo desenvolver e evoluir,usar o imaginário e que a leitura esta ao alcance de todos.

Parágrafo III. “Ler me fez compreender  largueza do mundo”. Neide Duarte, reporte da TV globo.Os livros mudaram minha vida. “O Grande Sertão: Veredas ” foi ali  que descobrir o jeito de juntar as palavras para deixá-las mais belas” . A experiência deste de leitura encantou a jornalista fazendo com que ela descobrisse um universo novo sem fronteiras, nova conexão.

Parágrafo IV.  Proust  faz um detalhamento de relatos em que mostram o quanto os livros são grandes professores, e que ajudam construir uma identidade, aumentando e fortalecendo intelecto, serve como autoajuda e ensina a nos expressar com elegância e originalidade.

Parágrafo  V.  Para o autor  Proust ,  a literatura permite captar, fixar, revelar a realidade longe de que vivemos. Essa realidade que corremos o risco de viver sem conhecer,[…] com este texto o autor chama atenção  para a literatura que permite muitas facetas  que esta presente em todos os homens e não apenas nos artistas.

CRÍTICA

Neste artigo os autores basea-se em relatos e trabalhos de outros escritores, Jornalistas  e autores teatrais.  Os autores relatam o quanto a leitura  através dos tempos mudou a maneira do ser humano se conectar com o imaginário,  viajar através do tempo romper as fronteiras, emocionar-se, viver o impossível. Sem dúvidas é um bom texto,  sobretudo um texto cansativo, onde o autor praticamente repete varias vezes o mesmo pensamento, em uma dinâmica clara objetiva, ainda sim é um texto muito proveitoso pois aborda relatos de pessoas, que conseguiram dar a volta por cima, através da leitura. Desde começo da humanidade a invenção da escrita e a leitura chegou para criar melhorar e evoluir a humanidade. Onde a leitura esta presente surge uma nova dinâmica novas descobertas.

A leitura na minha concepção é renovadora, companheira, conselheira e o alivio para todas as horas.

Bibliografia

ALVES, Ticiane & PEREIRA, Luis Costa.  A Vida Transformada Como Obras Literárias Mudam o Cotidiano e o Pensamento de seus leitores. Rev, Metáfora: Literatura e Cultura; São Paulo; Editor Sacramento.